Petrobras anuncia nova política de preços e fim da paridade internacional de importação

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São Paulo – A Petrobras pôs fim, nesta terça-feira (16), a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) do petróleo e combustíveis derivados, como gasolina e diesel, com o dólar e o mercado internacional. Em comunicado, a Diretoria Executiva da estatal anunciou uma nova estratégia de comercialização, baseada no “custo alternativa do cliente, como valor a ser priorizado na precificação” e no “valor marginal para a Petrobras”. 

Segundo a empresa, o custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos. Já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia. Dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino. O novo modelo, ainda de acordo com a estatal, vai considerar a participação da petrolífera e o preço competitivo de cada mercado e região. Assim como a otimização dos ativos de refino e a rentabilidade de maneira sustentável. 

“Com essa estratégia comercial, a Petrobras vai ser mais eficiente e competitiva, atuando com mais flexibilidade para disputar mercados com seus concorrentes. Vamos continuar seguindo as referências de mercado, sem abdicar das vantagens competitivas de ser uma empresa com grande capacidade de produção e estrutura de escoamento e transporte em todo o país”, destacou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. 

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O que foi a PPI

Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida. A estatal garantiu, contudo, que será evitado o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio. A medida encerra a PPI, que passou a ser adotada pela empresa desde outubro de 2016, após o golpe do impeachment contra a então presidenta Dilma Rousseff (PT). 

A PPI dolarizou os preços dos combustíveis no Brasil. Mais do que isso, a Petrobras passou a formar os preços dos combustíveis como se fossem 100% importados, considerando custos de transporte e taxas de importação inexistentes. O fim dessa política era também uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O anúncio de substituição já havia sido previsto na semana passada pelo presidente da Petrobras. No domingo (14), a empresa confirmou em nota que estava discutindo internamente as alterações. 

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A confirmação da mudança foi comemorada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). Um levantamento da entidade, realizado em parceria com o Dieese, a partir de dados da Petrobras, mostra que, durante a vigência da PPI, o preço do botijão de gás de cozinha, de 13 quilos, mais demandado pela população de baixa renda, registrou um aumento de 223,8%, passando a custar R$ 108, em média, para o consumidor.

Abrasileirar preços

Sete anos antes, sem a política de paridade ao dólar, o mesmo botijão custava R$ 55. E, durante janeiro de 2003 a outubro de 2016, o preço do GLP acumulava uma alta de 15,5%. 
O barril de petróleo também subiu, no período, 61,9%, em seu valor. Enquanto que a gasolina variou 112,7%, e o diesel, 121,5%. “Depois de quase sete anos assombrando o povo brasileiro, o pesadelo chega ao fim”, destacou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. 

Para o petroleiro, o governo Lula está “abrasileirando o preço dos combustíveis, conforme promessa de campanha”. Com a nova estratégia, de acordo com Bacelar, a tendência é o gás de cozinha, a gasolina e o diesel fiquem mais acessíveis e baratos.”Pois os custos nacionais de produção, em reais, entrarão na composição dos preços. Afinal, o Brasil é autossuficiente na produção de petróleo, a Petrobras tem grande parque de refino e utiliza majoritariamente petróleo nacional que ela mesma produz. Assim, com a nova política, reduz-se também a volatilidade de preços ao consumidor”, analisa o dirigente sindical. 

A FUP e seus sindicatos protestavam desde 2016 pela derrubada o PPI, apontada como uma política que garantiu mega lucros à Petrobras e dividendos recordes a acionistas, em detrimento de investimentos nacionais.

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