Reajuste dos combustíveis da Petrobras não teve relação com mudança de política de preços, diz Adriano Pires

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O reajuste no valor dos combustíveis anunciado na manhã desta terça-feira (16) pela Petrobras não teve relação com a mudança na política de preços da estatal. Pelo contrário, o corte teve como base as diretrizes da paridade de preços internacional (PPI) adotada pela empresa até então.

Está é a análise de Adriano Pires, economista e comentarista da CNN, sobre a redução dos preços da gasolina, diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP) — popularmente conhecido como gás de cozinha.

Segundo o economista, o corte dos valores foi possível pela recente queda do petróleo no mercado internacional, além do momento de estabilidade do câmbio.

“Esses produtos estavam com prêmios [valores reduzidos] em função do petróleo mais barato e do câmbio mais estável”, afirmou.

“O governo foi inteligente. Ele tentou juntar as duas coisas para mostrar para a sociedade: ‘olha, está vendo como estamos acabando com a PPI e criando uma nova política de preços’”, complementou o especialista.

A partir desta quarta-feira (17), o litro da gasolina às distribuidoras terá corte de R$ 0,40, passando para uma média de R$ 5,20. O preço de diesel foi reduzido em R$ 0,44, custando uma média de R$ 5,18.

Já o gás de cozinha teve redução de R$ 8,97 por botijão. A projeção da Petrobras é que o preço médio chegue a R$ 99,87. É a primeira vez que o botijão fica abaixo de R$ 100 desde 2021.

Pires classificou a nova política de preços da Petrobras como “confusa” e afirmou que a medida não traz transparência ao mercado.

Segundo o especialista, enquanto as condições de petróleo em queda e câmbio estável se mantiverem, a Petrobras continuará tendo margem para reduzir os preços.

Em um cenário adverso, Pires afirmou que ainda não é possível prever como a nova política de preços irá se comportar.

“Não se sabe como vai ser o reajuste, mas tenho certeza que [a nova política] vai ser usada para represar os preços para cumprir as promessas de campanha do presidente Lula”, disse.

Para Pires, a falta de transparência da nova política tende a prejudicar os importadores privados e implicar no aumento da possibilidade de a Petrobras voltar a controlar o mercado de importação de derivados de petróleo.

Além disso, o especialista afirmou que, caso os preços da gasolina fiquem represados, a cadeia de produção de etanol também será prejudicada pela falta de competitividade.

*Publicado por Gabriel Bosa

Este conteúdo foi originalmente publicado em Reajuste dos combustíveis da Petrobras não teve relação com mudança de política de preços, diz Adriano Pires no site CNN Brasil.

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