“Recursos precisam chegar às mulheres”, diz COO do Pacto Global da ONU no Brasil

Camila Valverde, COO do Pacto Global da ONU no Brasil

Camila Valverde, COO do Pacto Global da ONU no Brasil e líder da frente de impacto

Líderes mundiais, representantes de Ongs, empresas e da sociedade civil estão reunidos desde a última semana na sede da ONU, em Nova York, para discutir a situação das mulheres em todo o mundo.

É a 68ª edição da CSW (Comissão sobre a Situação da Mulher), criada em 1946, um dos principais fóruns de negociação e monitoramento dos compromissos internacionais sobre direitos das mulheres. “Líderes das delegações dos diversos Estados-membros das Nações Unidas reportam o status e o avanço da situação da mulher nos seus respectivos países”, explica Camila Valverde, COO do Pacto Global da ONU no Brasil.

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Durante a comissão, entre os dias 11 e 22 de março, o Pacto realiza três eventos paralelos para discutir essas questões de um ponto de vista interseccional e debater as especificidades do Brasil, envolvendo o setor privado. “Existem recursos financeiros para projetos em diversos institutos e fundações. O gargalo está no caminho entre esses recursos e a população que precisa ser beneficiada”, afirma Valverde. Ex-executiva, tem mais de 25 anos de experiência em posições de liderança nas áreas de sustentabilidade, responsabilidade social e relações governamentais.

Nesses ambientes, as questões de gênero foram analisadas na perspectiva de inovação, empreendedorismo, acesso à informação e combate à violência. “Esta [última] é uma agenda que as empresas precisam abraçar, oferecendo canais de apoio e letramento para os funcionários. O tema desta edição também inclui o combate à pobreza e como as mulheres são desproporcionalmente afetadas ao redor do mundo.

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Mulheres no mundo corporativo e na liderança

No Brasil, mais de 2 mil empresas são signatárias do Pacto Global da ONU, entre elas Natura, Itaú, Nestlé e Boticário, que marcam um compromisso com 10 princípios nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção.

O Pacto Global lançou a 2ª edição do Observatório 2030, com temas de desenvolvimento sustentável. “Sobre o tema de gênero, eu destacaria que a gente ainda precisa aumentar o número de lideranças femininas”, diz Valverde, em relação à presença feminina no C-Level e em conselhos. O setor de telecomunicações se destacou com a maior proporção de mulheres em conselhos, de 30%, e o de siderurgia e mineração está entre os menos diversos, com quase 9% de mulheres. “O tema de gênero precisa ser tratado de forma mais aprofundada e transversal.”

Houve uma queda no número de empresas que reportam o percentual de mulheres negras na organização. Apenas 9% das companhias analisam e divulgam esses dados.“Se não mensurar, como desenvolver políticas internas de desenvolvimento dessas mulheres e de ascensão a cargos de liderança?”

O Banco do Brasil e sua CEO, Tarciana Medeiros, receberam o Prêmio Ambição 2030, da ONU, que reconheceu iniciativas de inclusão étnico-racial e equidade de gênero e foi anunciado na última quinta-feira (14) em Nova York.

Entre as empresas premiadas pelo Pacto Global da ONU no Brasil por sua atuação na inclusão de grupos minorizados, está a AES, de energia elétrica. “É uma empresa em um setor masculinizado que promove o desenvolvimento e formação de mulheres das comunidades para o seu segmento”, diz a COO. A companhia prepara e contrata profissionais com recortes de gênero e raça. “Nos chamou a atenção por ter intencionalidade e pelos dados e resultados muito relevantes.”

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