Em meio a crise na saúde, governador e prefeita firmam parceria para realização de cirurgias em hospital na região sul de Palmas

Objetivo é desafogar o HGP e atender cerca de 500 pacientes por mês no Hospital Padre Luso, em Palmas. O anúncio foi feito, mas não há uma data de quando os atendimentos serão iniciados. Governo e prefeitura firmam parceria para a realização de cirurgias no Hospital Padre Luso
Ellayne Czuryto/Governo do Tocantins
Em meio a crise na saúde, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, e a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, firmaram uma parceria para o atendimento de pacientes e realização de cirurgias no Hospital Padre Luso, localizado na região sul da cidade. A ideia é desafogar o Hospital Geral de Palmas, maior hospital público do estado e conseguir atender a demanda da saúde.
Apesar da conversa inicial e do anúncio, não há uma data de quando os atendimentos irão começar. A ideia é reestruturar os dois centros cirúrgicos do Hospital Padre Luso para a realização de cirurgias eletivas. A meta da prefeitura é equipar, mobiliar e cadastrar o hospital junto ao Ministério da Saúde. O financiamento deve ser feito pela prefeitura, governo estadual e governo federal.
O objetivo do trabalho conjunto é atender uma média de 500 pacientes por mês. “Estamos encontrando caminhos para a saúde do Estado e da nossa capital, essa parceria trará ainda mais benefícios para a nossa população”, afirmou o governador Wanderlei Barbosa.
LEIA MAIS:
Em meio a crise na saúde, governador visita HGP, conversa com pacientes e diz que muitos poderiam ser atendidos nas UPAs
Mulher de 41 anos morre em UPA de Palmas enquanto esperava transferência para o HGP
Governo cria comissão para avaliar necessidade de transferências das UPAs de Palmas para o HGP
Justiça determina que estado tem até 24 horas para transferir pacientes de UPAs para o HGP
O Hospital Padre Luso é uma entidade filantrópica sem fins lucrativos que atua há 27 anos em Palmas. A prefeitura disse que outros detalhes ainda serão desenhados para que a ideia seja executada. O município ressaltou que outras medidas imediadas estão sendo tomadas, como por exemplo, o credenciamento do Hospital IOP para a realizar de cirurgias ortopédicas. A ideia é que os pacientes das UPAs sejam encaminhados diretamente para a clínica, a partir de junho.
“Nós temos o entendimento que Palmas, que é capital de todos os tocantinenses, deve dar esse suporte, essa contrapartida para atender a demanda de urgência e emergência do Estado. O Hospital Padre Luso já está equipado e possui dois centros cirúrgicos importantes. Estamos construindo uma parceria agora para um resultado efetivo a curto prazo”, ressaltou a prefeita Cinthia Ribeiro.
Atualmente, o Hospital Padre Luso já realiza pequenos procedimentos cirúrgicos, consultas médicas, exames laboratoriais, exames de ultrassonografia e endoscopia.
Entenda
Hospital Geral de Palmas é o maior do estado
André Araújo/Governo do Tocantins
A crise no setor de regulação da Secretaria de Estado da Saúde (SES) piorou em novembro de 2021, quando o estado resolveu fechar as portas do HGP por causa da superlotação e implantou um novo sistema de regulação.
Em um ano, 42 pacientes que estavam nas Unidades de Pronto Atendimento de Palmas morreram na fila da regulação esperando por uma vaga no HGP ou outra unidade com estrutura para atender casos mais graves. O levantamento foi feito pela direção das UPAs e os dados são referentes ao período entre maio do ano passado até o dia 11 deste mês.
Um dos últimos casos envolveu a empregada doméstica Aurilene Lima da Silva, de 41 anos. Ela morreu na UPA Sul com suspeita de dengue hemorrádica, depois de tentar três vezes uma transferência para o HGP.
A responsabilidade sobre a morte da paciente causou polêmica e discussão entre os secretários municipal e estadual de saúde.
Dias atrás, o governo chegou a anunciar a criação de uma comissão técnica para atuar diretamente nas Unidades de Pronto Atendimento da capital. A comissão é formada por médicos e enfermeiros do estado. O principal objetivo, segundo o governo, será garantir que pacientes encaminhados ao HGP sejam realmente de média e alta complexidade.
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.