Vacinação contra à dengue: filas cheias no primeiro dia de imunização em Florianópolis

Florianópolis começou a imunizar adolescentes de 10 a 14 anos contra a dengue nesta segunda-feira (8). A vacinação no Espaço Imuniza, anexo à Policlínica da Mulher e da Criança, já estava movimentada nas primeiras horas do dia.

Gabriel Simões foi um dos primeiros a receber a dose de imunizante nesta segunda-feira (8) – Foto: Leo Munhoz/ND

O imunizante para Florianópolis só foi confirmado na última sexta-feira (5), conforme declarado pela gerente da Vigilância Epidemiológica, Ana Cristina Vidor. Ainda assim, o movimento no espaço de imunização estava intenso na manhã de segunda-feira.

“Antes mesmo da abertura da sala de vacinação, já havia várias pessoas na fila esperando”, relata Ana. “A procura pela vacina foi constante durante todo o dia, que já nos deixou bem felizes, e esperamos que nos próximos dias a procura seja ainda maior”.

Ana também acrescenta: “A partir de hoje, iniciaremos uma campanha para divulgar ainda mais a vacinação”. A Secretaria de Saúde do município distribuiu 7.785 doses do imunizante, que estarão disponíveis em todos os Centros de Saúde com sala de vacinação ativa da cidade até quarta-feira (10).

Murilo Souza é vacinado contra a dengue – Foto: Leo Munhoz/ND

O Murilo, de 11 anos, estava animado para se vacinar. Segundo a mãe Aline Souza, 34, esse momento era muito aguardado por ela, que fez questão de trazê-lo para se vacinar logo no primeiro dia.

“Quando vimos a notícia que já estava liberado para cá, a primeira coisa que pensei foi em trazer ele para se imunizar. No último dia que estive na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), fiquei bem assustada com o tanto de pessoas com suspeita de dengue”, relata.

Rapidez no atendimento

O período para a imunização foi bastante rápido para Helena Galvão, avó de Gabriel Simões, 14. “Ficamos aqui no máximo 15 minutos”, conta.

O processo para se vacinar é simples: basta comparecer ao local de imunização, apresentar um documento de identificação com foto da criança ou adolescente e a carteirinha de vacinação (ou, se não houver cadastro no SUS, um comprovante de residência).

Gerente da Vigilância Epidemiológica, Ana Cristina Vidor – Foto: Leo Munhoz/ND

Depois, basta aguardar ser chamado, receber as orientações para a segunda dose – que deve ser administrada com um intervalo de três meses entre as aplicações – e, por fim, receber o imunizante.

Ana Carolina Souza, 12 anos, ficou surpresa com a rapidez e a ausência de dor ao receber a picada da agulha. “Nossa, a enfermeira tem mãos de fada. De todas as vacinas que tomei até hoje, essa foi a primeira vez que não senti nada”, relatou surpresa.

7.785 doses do imunizante estarão disponíveis a partir de quarta-feira nos Centros de Saúde – Foto: Leo Munhoz/ND

Quando questionada se estava ansiosa para receber a vacina, Ana respondeu com bom humor: “Fiquei bastante! Pensei: ‘Eba, não vou morrer de dengue’”, disse, rindo.

Aliviar sintomas, internação e mortes

Com cerca de 3.000 casos confirmados e mais 3.000 em investigação em Florianópolis, a gerente da Vigilância Epidemiológica ressalta a importância da vacinação.

“Dengue é uma doença muito sintomática, embora a maioria dos casos evoluem sem complicações. Mas, se não tratada adequadamente, é um desafio, e sabemos que crianças e adolescentes têm dificuldade em se manter hidratadas adequadamente”, explica.

Vacinação contra a dengue 5 – Foto: Leo Munhoz/ND

“Por isso, o Hospital Infantil está superlotado, com várias crianças em cadeira de hidratação. Então, a vacina vem para aliviar sintomas, aliviar a necessidade de hospitalização, e obviamente, evitar o óbito”, destaca Ana.

Dengue impulsiona alta ocupação hospitalar em SC

A secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, em entrevista ao Grupo ND, citou as medidas do governo para aliviar a alta taxa de ocupação hospitalar em Santa Catarina, influenciados pelos casos de dengue.

Ao todo, os leitos de UTI adulto estão com 95,63% de ocupação, com apenas 39 vagas disponíveis, nenhuma delas na Grande Florianópolis, de acordo com os dados do governo catarinense.

Segundo a secretária, foram credenciados 48 novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para Santa Catarina por conta da dengue.

Além disso, Zanotto oferece outra solução: “Quando não há leitos disponíveis em determinada unidade hospitalar, o paciente é referenciado para outra unidade, com transporte garantido pelo Estado, seja terrestre, com ambulância UTI, ou aéreo, que também conta com suporte de UTI para a remoção”, explica.

“Temos ainda leitos para serem abertos em Itajaí e leitos aqui no Hospital São José. Portanto, devemos ampliar essa oferta de leitos, que passará de 40. Com certeza, se conseguirmos otimizá-los todos, ficarão à disposição da população”, conta.

 

 

 

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