Audiência de custódia é adiada após sargento que matou PMs com tiros de fuzil alegar problemas de saúde

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Sargento Roberto da Silva e capitão Josias Justi estavam na base, em Salto (SP), quando foram atingidos pelos disparos. Segundo a defesa do investigado, uma das motivações do crime foi uma mudança na escala de trabalho. Corpos de PMs foram retirados da 3ª Companhia da Polícia Militar em Salto (SP)
V. Lenzi Jr./Jornal Taperá
A audiência de custódia do sargento que matou dois colegas com um fuzil na 3ª Companhia da Polícia Militar em Salto (SP) foi adiada por motivos de saúde do agente. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (17) pelo Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo
O sargento Roberto Aparecido da Silva e o capitão Josias Justi da Conceição Junior, comandante da PM na cidade, estavam na base quando foram atingidos pelos tiros e não resistiram aos ferimentos.
Logo após a tragédia, o atirador se entregou e foi detido. Na madrugada de terça-feira (16), ele foi levado para o Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo, onde aguardava a audiência de custódia, que precisou ser adiada após ele sofrer um mal-estar.
Capitão Josias Justi (à esquerda) e sargento Roberto da Silva foram mortos a tiros por colega na base da Polícia Militar, em Salto (SP)
Reprodução
A audiência estava prevista para esta quarta-feira (17), mas de acordo com o Tribunal de Justiça Militar, o sargento foi medicado e não estava em condições de participar. Ele continua sob cuidados médicos.
Até o momento não há previsão de alta hospitalar do sargento e uma nova audiência de custódia deve ser remarcada para até segunda-feira (22).
Mudança de escala
O advogado de defesa do sargento investigado afirmou ao g1 que uma das motivações do crime foi uma mudança na escala de trabalho.
Segundo Rogério Augusto Dini Duarte, o capitão Josias trocou a escala do sargento para confrontar com a escala da esposa dele, que também é policial militar. O advogado ainda afirmou que o sargento estava sendo perseguido.
“Isso é um dos fatores, existem outros mais complicados. Ele estava passando por situações complicadas dentro do próprio batalhão, que não eram apenas com o capitão e com o sargento, e agiu por impulso decorrente das situações”, afirmou Rogério.
O casal é de Araçatuba (SP) e estava morando em Salto. Os dois têm filhos, sendo um deles ainda bebê.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a corregedoria da corporação acompanha a investigação do crime para esclarecer o caso.
“É com extremo pesar que a Polícia Militar informa que nesta segunda-feira (15), por volta das 9h, dois policiais militares foram atingidos por disparos de arma de fogo efetuados por um Sargento da Instituição por razões ainda a serem esclarecidas. O crime ocorreu nas dependências da 3ª Companhia do 50º Batalhão de Polícia Militar do Interior (50º BPM/I), situada na cidade de Salto. Infelizmente, as vítimas entraram em óbito. Todas as providências de Polícia Judiciária Militar estão em andamento neste momento e a Corregedoria da Instituição acompanha as apurações”, diz a pasta.
Bandeiras a meio mastro na base da PM em Salto
Diogo Nolasco/TV TEM
Despedida e comoção
Os corpos do sargento Roberto e do capitão Josias foram enterrados na manhã de terça-feira, no Cemitério Pax, em Sorocaba (SP). Josias, de 39 anos, era casado e tinha dois filhos, de cinco e três anos. Já Roberto, de 52 anos, deixou a esposa e três filhos, de 29, 18 e 15 anos.
Quem são os policiais mortos a tiros por colega em Salto
Vários policiais da região foram até o velório e o enterro para se despedir dos colegas. O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, o prefeito de Salto, Laerte Sonsin Júnior, e outras autoridades também participaram da cerimônia.
À TV TEM, Derrite disse que conhecia pessoalmente as duas vítimas e que foi amigo próximo de Josias, pois os dois estudaram juntos na Academia do Barro Branco. O atual secretário, que é de Sorocaba, pegava carona com Josias para ir às aulas em São Paulo.
Policiais mortos por colega na base da PM, em Salto, foram enterrados em Sorocaba (SP)
Larissa Pandori/g1
Derrite também informou que aguarda os laudos da Perícia Científica para dar andamento às investigações, e reforçou que a Polícia Militar tem à disposição atendimentos psicológicos pelos CACS e NAPS. Quatro psicólogos estiveram nos velórios para atuar junto às famílias das vítimas.
A Polícia Militar prestou homenagens aos agentes nas redes sociais. Em duas notas divulgadas, a corporação destacou: “em nome de toda a equipe do Quinquagésimo Batalhão de Polícia Militar do Interior, expresso nossas mais sinceras condolências e solidariedade nesse momento de dor e tristeza.”
Em Salto, a prefeitura decretou luto oficial por três dias e a bandeira do município foi hasteada a meio mastro no Paço Municipal e nas repartições municipais. Familiares, amigos e conhecidos também lamentaram o ocorrido nas redes sociais.
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