B3 conta os dias para o início de queda da Taxa Selic

Diante da expectativa do início do ciclo de afrouxamento monetário, o Bank of America (BofA) avalia que a B3 deve ser um dos nomes da Bolsa que mais deve se beneficiar da queda da Selic.

Destacando que o comportamento das ações e dos resultados da operadora de bolsa é inversamente proporcional à política monetária, os analistas Mario Pierry, Antonio Ruette, Flavio Yoshida e Ernesto Gabilondo elevaram o preço-alvo das ações da B3 de R$ 13 para R$ 18, valor que implica num potencial de alta de 35%. A recomendação foi reiterada em compra.

“Como a única operadora de bolsa diversificada e totalmente integrada do Brasil, a B3 está, em nossa opinião, posicionada para ser uma clara beneficiária do esperado alívio no ciclo monetário no segundo semestre”, diz trecho do relatório.

A equipe de economia do BofA espera que o BC corte a Selic em 4 pontos percentuais (400 pontos base) até meados de 2024 – de 13,75% para 9,75% -, o que deve permitir uma retomada dos fluxos de investimentos para renda variável, puxando os resultados da B3.

Enquanto para este ano os analistas esperam que o lucro por ação recue 4,9%, a R$ 0,78, a expectativa para 2024 é de uma alta de 13%, a R$ 0,88, apoiado na expectativa de geração de receita com a melhora das condições do mercado acionário.

“Assumimos que o volume médio diário negociado do mercado de ações suba a R$ 30 bilhões em 2024, dos R$ 26 bilhões de 2023, mantendo a velocidade do giro de mercado perto de 140%”, diz trecho do relatório.

Os analistas do BofA destacam ainda que os últimos dez anos mostraram que em momentos de alta de juros, as ações da B3 são negociadas a um múltiplo P/E médio de 13 vezes.

Quando o BC começa a aliviar a política monetária, a relação entre o preço atual da ação e o lucro da companhia vai para 22 vezes. No momento, o papel é negociado a um P/E de 15 vezes.

“Nosso preço-alvo é derivado de um múltiplo P/E esperado de 20 vezes a partir da nossa estimativa para o lucro por ação em 2024”, diz trecho do relatório. “Achamos que isto é mais do que razoável, dado que a ação foi negociada a um P/E de 20 vezes a 25 vezes nos últimos dois ciclos de corte de juros.”

Por volta do meio-dia, as ações da B3 caíam 0,52%, a R$ 13,28. No acumulado do ano, elas registram alta de 0,52%, levando o valor de mercado a R$ 76,3 bilhões.