Ufac assina nota conjunta contra aprovação do marco temporal, que limita demarcação de terras indígenas

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Instituição divulgou comunicado no qual ratifica posicionamento da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), e classificou o projeto como “ataque aos direitos constitucionais dos povos indígenas e demais populações tradicionais”. Deputadas protestam contra projeto do marco temporal para demarcação de terras indígenas.
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
A Universidade Federal do Acre (Ufac) se posicionou, por meio de nota, contra a aprovação do projeto de lei que cria um marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Em um comunicado divulgado no site oficial da instituição nessa quarta-feira (31), a Ufac ratificou o posicionamento da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), e classificou o projeto como um “ataque aos direitos constitucionais dos povos indígenas e demais populações tradicionais”. (Confira a íntegra da nota após este texto)
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A nota alega que, com a aprovação, os territórios já demarcados possam ser disponibilizados para outros fins e libera a construção de rodovias, hidrelétricas e outras obras sem consulta livre, prévia e informada das comunidades afetadas, o que violaria tratados internacionais dos quais o Brasil faz parte.
“Se o PL for aprovado no Senado, qualquer pessoa poderá questionar processos demarcatórios em qualquer fase (inclusive os territórios já homologados). Essa ação interessa a grupos ligados ao agronegócio, ao garimpo ilegal e a outros inimigos dos povos indígenas e do meio ambiente”, diz.
Na avaliação da Ufac e da Andifes, a tentativa do legislativo nacional de aprovar o projeto “revela, ainda, o forte racismo e o caráter colonizador dos que votaram favoráveis ao PL, negando a importância dos povos indígenas e sua diversidade na construção do país”.
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Arte/g1
Marco temporal
A proposta estabelece que os povos originários só têm direito às terras que já eram tradicionalmente ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988.
Na prática, a tese permite que indígenas sejam expulsos de terras que ocupam, caso não se comprove que estavam lá antes de 1988, e não autoriza que os povos que já foram expulsos ou forçados a saírem de seus locais de origem voltem para as terras.
A proposta já passou pelas comissões da Casa. Deputados governistas tentaram tirar o projeto da pauta, mas o requerimento foi rejeitado e o PL aprovado por 283 votos a 155. Agora, o texto vai para o Senado.
Entre os oito deputados federais do Acre, apenas Socorro Neri (Progressistas) e Zezinho Barbary (Progressistas) votaram contra a proposta.
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Indígenas da etnia Katukina fecharam a BR-364, entre as cidade de Tarauacá e Cruzeiro do Sul, interior do Acre, em manifestação contra o projeto de lei 490 que estabelece o marco temporal nessa terça-feira (30). Galhos de árvores foram colocados na estrada para impedir a passagem dos veículos. Os manifestantes se agruparam com lanças e cartazes na pista. “Demarcação já”, dizia um dos cartazes.
Equipes das polícias Rodoviária Federal (PRF-AC) e Militar (PM-AC) foram para o local acompanhar a manifestação. A reportagem apurou que o ato durou toda manhã e a rodovia foi liberada no início da tarde desta terça.
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