‘Exame do sono’: entenda como é o procedimento que pode ajudar a identificar a causa do ronco

Polissonografia é fundamental para o diagnóstico de distúrbios que acontecem enquanto dormimos, como a apneia (obstrução da respiração que provoca o ronco). A polissonografia geralmente é feita em centros especializados, onde o paciente é ligado a sensores em todo o corpo para o monitoramento do sono.
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A polissonografia, também chamada de “exame do sono”, é um procedimento para diagnosticar distúrbios que acontecem enquanto dormimos. O exame também avalia a qualidade do sono do paciente já que registra diversas alterações que ocorrem no nosso corpo durante o sono.
O método considerado “padrão-ouro” é feito em laboratórios especializados e hospitais, embora algumas técnicas mais modernas e realizadas em casa também ajudem.
Para realizá-lo, o paciente deve então ser monitorado durante uma noite completa de sono.
Esta reportagem é parte de uma série do g1 sobre o ronco que explica o que causa o ruído; o que são CPAPs e BiPAPs; quando procurar ajuda médica sobre o ronco e apneia do sono; e o que de fato funciona e o que não ajuda em nada para parar de roncar; além de mostrar a quantidade de pessoas na fila da polissonografia na rede pública.
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Abaixo, entenda em dez pontos como a polissonografia é feita e o que fazer após seus resultados.
1. Como é o exame?
A polissonografia geralmente é feita em centros especializados, onde o paciente é ligado a sensores em todo o corpo para o monitoramento do sono.
No serviço privado, porém, existem técnicas que permitem a realização do exame quase que completo em casa.
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2. Por que a polissonografia é feita?
A polissonografia é fundamental para o diagnóstico de distúrbios do sono, como a Apneia Obstrutiva do Sono.
A apneia é a causa mais grave do ronco. Ela ocorre quando as nossas vias áreas se estreitam num ponto que chegam a ficar bloqueadas, interrompendo a respiração por alguns segundos.
Além disso, o exame também pode ser solicitado para ajustar o tratamento de distúrbios já identificados.
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3. Quais distúrbios do sono o exame pode identificar?
Além da apneia obstrutiva do sono, a polissonografia pode diagnosticar os seguintes distúrbios:
Quadros de narcolepsia, ou seja, aqueles episódios incontroláveis de sono durante o dia;
‍ Transtornos convulsivos causados pelo sono;
Perturbações musculares, como o transtorno do movimento periódico dos membros, que causa principalmente a movimentação involuntária e periódica das pernas durante o sono;
Parassonias, um grupo de graves distúrbios que podem resultar em sonambulismo e quadros de despertar associados a um estado de confusão mental;
Além de quadros mais graves e recorrentes de insônia.
“Às vezes, o paciente tem a percepção que ele não dorme ou de que ele tem até um sono de qualidade razoável. Então, são várias as alterações que podem ser avaliadas melhor com a polissonografia”, diz Rosana Cardoso Alves, médica do sono do Fleury Medicina e Saúde.
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4. Quando é indicado fazer?
Um médico pode recomendar a polissonografia se suspeitar que você sofre de apneia do sono ou dos outros problemas relacionados ao sono mencionados acima.
No caso da apneia, é importante estar atento aos seguintes sintomas:
Se você percebe (ou costuma acordar após) paradas de respiração ao longo da noite;
Se você faz ruídos ofegantes e sufocantes enquanto dorme;
E se você se sente bastante cansado, irritado e sonolento ao longo do dia.
Se você também encontrar alguém apresentando esses sinais de alerta, leve-o ao médico.
A recomendação para o paciente fazer polissonografia é dada a partir de suspeitas de diagnóstico como transtornos de sono, transtornos respiratórios de sono, transtornos de movimento relacionados ao sono”.
5. O que acontece durante o exame?
Os testes monitoram diversas informações enquanto dormimos, como:
Funções cerebrais;
Movimentos oculares;
Atividades musculares;
Ritmo cardíaco;
Níveis de saturação de oxigênio;
Fluxo de ar na garganta;
Movimentação do tórax.
Em alguns casos, registros em vídeo da noite de sono também são feitos para uma avaliação mais completa.
Todas essas informações são comparadas durante os nossos estágios do sono. Como mostrou o g1 na série especial sobre o sono, depois de adormecer, entramos em diferentes fases de sono do REM e o NÃO-REM (NREM).
6. O que eu preciso saber antes?
Se você planeja fazer uma polissonografia, evite o consumo de álcool e cafeína até no máximo às 14h da tarde do dia do teste. Além disso, evite dormir à tarde.
Se você faz uso de medicações, o NHS, o serviço de saúde britânico, também recomenda que você as tome normalmente durante o dia. Porém, converse antes com o seu médico sobre o uso das drogas durante o período próximo à realização do exame.
7. Em quanto tempo posso fazer o exame?
O exame precisa ser feito durante uma noite completa de sono. Prepare-se para pernoitar no hospital ou em um laboratório para realizá-lo.
8. Tem algum risco?
A polissonografia é muito segura, indolor e não tem efeitos a longo prazo.
9. Os resultados são confiáveis?
Sim, principalmente no caso da polissonografia “padrão-ouro”, os resultados são bastante confiáveis e ajudam no diagnóstico de distúrbios relacionados ao sono.
“Com o exame, é possível que o médico confirme várias hipóteses diagnósticas, não somente a apneia do sono, mas muitos outros transtornos de sono que fazem parte dos mais de cem itens catalogados na Classificação Internacional dos Transtornos de Sono”, acrescenta Andrea.
10. E o que fazer depois?
Depois que um especialista avaliar as informações coletadas durante o exame, você pode ter o diagnóstico negado ou confirmado para algum distúrbio.
No caso positivo para a apneia do sono, por exemplo, depois de constatada a síndrome, seu médico pode até indicar o uso de aparelhos para a melhora do quadro, como o CPAP, que funciona oferecendo uma pressão de ar alta o suficiente para evitar o fechamento (colapso) de suas vias aéreas.
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