Acordo põe fim a impasse sobre demolição e garante manutenção de casa centenária de Garibaldi

Casa Dal Bó foi construída em 1895 e faz parte de roteiro proposto pela Secretaria de Turismo da cidade. Deliberação envolveu prefeitura, Ministério Público e proprietária do imóvel. Casa Dal Bó foi construída em 1895 e faz parte de roteiro proposto pela Secretaria de Turismo da cidade
Divulgação/Prefeitura de Garibaldi
Um acordo celebrado nesta quinta-feira (1º) pôs fim a um impasse e garantiu a manutenção da Casa Dal Bó, construída em 1895, em Garibaldi, na Serra do Rio Grande do Sul. A deliberação envolveu a prefeitura, o Ministério Público e a proprietária do imóvel. Foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta entre as partes.
Em novembro de 2022, a possibilidade de demolição do imóvel gerou comoção entre moradores do município. Na época, uma petição foi criada e reuniu pelo menos 1,5 mil assinaturas de pessoas contrárias à derrubada da edificação. Um cordão humano foi feito em frente a casa.
Moradores protestam em frente à Casa Dal Bó, em Garibaldi
Arquivo pessoal
O documento prevê que a prefeitura se responsabiliza para que as edificações que constituem o Patrimônio Histórico e Cultural Municipal não sejam reformadas, ampliadas ou sofram intervenção sem parecer favorável de órgãos que tratam do tema. A demolição fica proibida, exceto em casos de risco iminente de desabamento sem possibilidade de recuperação.
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Conforme o acordo estabelecido, a proprietária do imóvel deverá indicar as ações necessárias para garantir a conservação da edificação. As características originais e condições de moradia serão mantidas.
”Cabe ao município tomar providências administrativas internas necessárias para que o patrimônio histórico seja preservado e as obras sejam seguidas devidamente”, explica o promotor de Justiça Paulo Adair Manjabosco.
Casarão histórico
O casarão centenário faz parte do roteiro turístico proposto pela Secretaria de Turismo de Garibaldi. De acordo com a pasta, a Casa Dal Bó, localizada na esquina entre as ruas Júlio de Castilhos e Dante Grossi, foi construída em 1895 e, desde lá, abrigou uma escola de irmãs católicas francesas, uma farmácia e um hospital.
Depois, foi comprada por Vicente Dal Bó, prefeito da cidade entre 1935 e 1949 (que acabou dando o apelido à casa) e foi usada como delegacia, cadeia e até como sede da prefeitura. De acordo com moradores, antes da última reforma ainda era possível ver marcas de bala referentes às batalhas da Revolução de 1923 – Dal Bó era um maragato, como eram conhecidos os opositores de Borges de Medeiros, que era defendido pelos chimangos.
Atualmente, a casa é de propriedade de Rose Dal Bó, descendente do antigo prefeito.
Manifestantes escreveram mensagens nos tapumes em frente à casa
Natali Lazzar/Arquivo pessoal
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