Suspeito de aplicar golpe milionário em Bebedouro, SP, dizia querer melhorar situação financeira de amigos

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Segundo a polícia, por ser conhecido na cidade, empresário se valia da confiança das vítimas para convencê-las a investir em falsas aplicações. Ele está foragido. Conversas de empresário suspeito de estelionato e lavagem de dinheiro com vítimas de Bebedouro, SP
Reprodução/EPTV
O empresário de 41 anos, de Bebedouro (SP), suspeito de aplicar um golpe milionário que pode chegar a R$ 3 milhões, se valia da confiança das vítimas para convencê-las a investir em falsas aplicações.
Uma troca de conversa com investidores obtida pela polícia aponta que ele dizia que queria ajudar e proporcionar uma melhor situação financeira para os amigos, mas que o esquema tomou proporções enormes.
Ainda segundo as mensagens a que a polícia teve acesso, o suspeito dizia que não era a intenção crescer em número de clientes e amigos.
Por ser conhecido em Bebedouro, ele conseguiu atrair diversas pessoas interessadas.
“Essas pessoas, geralmente, se tornam vítimas quando o estelionatário que promete altos rendimentos começa a se envolver e começa a transferir, de alguma forma, uma segurança em altos investimentos, usando argumentos de investimento em Bolsa de Valores, compra em dólar, robôs que atuam no mercado financeiro”, diz o advogado Luciano Oliveira, que representa uma das vítimas.
Esquema de pirâmide
O suspeito não tinha uma corretora de investimentos, o que caracteriza o esquema como pirâmide financeira.
“Geralmente, a vítima começa a aportar pequenas quantias e o criminoso vai dando resultado no início, até que as coisas ganham dimensões que se tornam insustentáveis. Daí o nome que acaba chegando à famosa pirâmide financeira”, diz Oliveira.
Segundo a Polícia Civil, os golpes foram aplicados por, aproximadamente, um ano e meio, entre 2021 e 2022.
Nas conversas obtidas pelos investigadores, o suspeito também chega a dizer que foi pego pela Receita Federal e teve os bens bloqueados, algo que seria impossível, segundo Samuel Jorge, advogado de outra vítima.
“Havia ali uma inconsistência de informações, porque, geralmente, os investimentos são realizados através de corretoras, tanto no mercado interno quanto no mercado internacional. Então, a rigor, a Receita não teria nenhuma autoridade sem um procedimento prévio de bloquear valores ou congelar qualquer tipo de negócio”, explica.
Em outra conversa, o empresário chega a dizer que o banco desconfiou de lavagem de dinheiro, tráfico ou jogo de azar, mas que ele já havia resolvido tudo.
Empresário pode estar fora do Brasil
O suspeito está com a prisão preventiva decretada pela Justiça, mas está foragido. A polícia fez buscas em Bebedouro e região, inclusive, na casa dele, em Barretos (SP).
O nome dele também foi repassado para a Interpol, pois existe a suspeita de que ele esteja fora do Brasil. A identidade está sendo mantida em sigilo para não atrapalhar as investigações.
“Ele não foi encontrado. Inclusive, estivemos no último endereço dele, em Barretos. Conseguimos localizar o imóvel onde ele residia e lá não foi localizado. Inclusive, uma pessoa disse que ele saiu meio que fugido, do dia pra noite”, diz o delegado João Vitor Silvério, que investiga o caso.
Prejuízo além das vítimas
O prejuízo da pirâmide pode ir além das vítimas que caíram no golpe, segundo os advogados.
“Além do prejuízo individual, o crime de pirâmide financeira, também conhecido como crime contra a economia popular, traz uma consequência muito ruim para a economia local. A gente estima que esse prejuízo econômico, com certeza, vai trazer consequências nefastas para a economia em geral”, aponta Jorge.
Oliveira alerta para que as pessoas fiquem atentas a esse tipo de golpe.
“Qualquer pessoa que se deparar com ofertas desse tipo já deve olhar com cautela. Não existe um rendimento nesse patamar que traga segurança pra qualquer pessoa que seja”, avisa. “Não existe um rendimento conservador com garantia nesse patamar. Até porque, se existisse, não teria aplicadores de poupança”.
Samuel Jorge e Luciano Oliveira, advogados das vítimas de golpe milionário em Bebedouro, SP
Reprodução/EPTV
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