DF tem 636 km de ciclovias, mas falta de conexão entre elas incomoda brasilienses

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Atualmente, a malha cicloviária do Distrito Federal conta com 636,890 km, que passam por 29 regiões administrativas e é a segunda maior do país — ficando atrás apenas de São Paulo. Apesar do tamanho, quem utiliza a estrutura reclama de falta de mobilidade e segurança das vias.

Segundo o mapa cicloviário do DF disponibilizado pela Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), o Plano Piloto é a região com a maior extensão de ciclovias — com 138,7 km de espaços para bicicletas. A região com a menor quilometragem é o Varjão com apenas 455 metros de extensão.

James Soares, 56 anos, é morador da Vila Planalto e usa as ciclovias todo dia. Para ele, a principal reclamação é a falta de segurança. “Brasília tem uma deficiência em locais seguros para guardar a bicicleta, por isso temos que estar atentos onde ir com a magrela e por quanto tempo permanecer.”

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O ativista ainda comenta sobre a falta de conexão entre as vias. “Não adianta ter uma ciclovia em uma cidade se ela não se conecta com a outra cidade ou bairro. Fica complicado para iniciantes compreenderem uma ciclovia, se ela termina sem explicação, deixando o ciclista em vias rápidas e inseguras”.

Críticas

Ana Júlia Pinheiro, uma das coordenadoras do Instituto Rodas da Paz, reforça que a estrutura das ciclovias do DF é precária. “São 600km de espaços cicláveis. Soma ciclovias de lazer, dentro de Parques que não contribuem para a ciclomobilidade, ciclofaixa, calçadas compartilhadas e até ciclovias”, pontua.

Ela critica a falta de conexão entra as ciclovias e diz que, quem optar por se deslocar apenas de bicicleta, não tem garantia de segurança.

“Todas as vias devem ser seguras para ciclistas. Para se deslocar no DF, os trajetos vão intercalar ciclovias com pistas comuns, por isso o foco da segurança é na fiscalização dos motoristas e na adaptabilidade das vias aos veículos não motorizados. Adaptação que se faz com limites de velocidade compatíveis com a área urbana, manutenção do pavimento das ciclovias, bocas de lobo com tampas adequadas, iluminação e pontos de travessia seguras para pedestres e ciclistas”.

“De modo geral, quem utiliza a bicicleta como meio de locomoção enfrentará, diariamente, ondulações e trechos quebrados no pavimento das ciclovias, caminhos sem iluminação, falta de semáforo nas pistas que terá de compartilhar com automóveis”, completa.

Mortes de ciclistas no trânsito

No ano passado, o DF registrou 25 mortes de ciclistas em acidentes de trânsito. Segundo dados do Departamento de Trânsito (Detran-DF), o ano em que mais houve óbito de ciclistas nas vias do DF foi o de 2005, quando 71 pessoas morreram em acidentes envolvendo bicicletas.

Ana Júlia, do Rodas da Paz, reforça que é preciso adequar as vias da capital federal também para as pessoas que andam em veículos não motorizados. “A prioridade segue sendo do usuário de veículo motorizado. É um erro que tragicamente custa vidas, gera um luto e uma dor que nunca entram nas estatísticas, nem são levadas em conta nas decisões governamentais”, diz.

Procurada, a Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF (Semob-DF) informou que há projetos em andamento para ampliação de 105 km nas ciclovias do DF. “Os projetos de ampliação e de interligação das ciclovias existentes estão passando por revisão pela área técnica da pasta para trazer mais conforto aos ciclistas”.

Segundo a pasta, são 105 km de ciclovias que vão beneficiar regiões como: Samambaia Norte, Planaltina, Octogonal/Sudoeste, Samambaia/Taguatinga, proximidades do Ceub e do Autódromo.

“Além disso, a Semob vai dar continuidade ao treinamento dos motoristas do sistema de transporte público do DF visando uma direção com mais respeito e cuidado com o ciclista. Em 2022, cerca de 3 mil rodoviários do transporte público coletivo do DF passaram pelo treinamento em que receberam aulas práticas e teóricas. O curso consiste em demonstrações práticas com simulação de trânsito, além de aulas teóricas e palestras abordando a legislação e a convivência com os ciclistas nas vias da capital”, completou a pasta.

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