Mauro Cid chega à PF para depor sobre fraude em cartões de vacina

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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), chegou à sede da Polícia Federal (PF) para prestar depoimento nesta quinta-feira (18).

O início do depoimento está agendado para 14h30 e faz parte do inquérito que apura a inclusão de informações falsas no cartão de vacina de integrantes das famílias dele e do ex-presidente.

Cid está preso desde o dia 3 de maio no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília. No depoimento à PF, o ex-ajudante de ordens tem o direito de ficar calado. Entretanto, a CNN apurou com pessoas próximas ao militar que há disposição, por parte dele, para responder todas as perguntas.

Aos investigadores, Cid terá que explicar, por exemplo, porque um computador usado por ele acessou os dados de vacinação do ex-presidente nos dias 22 e 27 de dezembro do ano passado – dias seguintes à inclusão de dados falsos. No dia 30 de dezembro, segundo a investigação, o acesso aconteceu pelo celular pessoal de Cid.

O ex-ajudante de ordens também terá que esclarecer suposta adulteração no cartão de vacinas de seus familiares. A esposa dele, Gabriela Santiago Cid, foi intimada a prestar depoimento na sexta-feira (19).

A âncora da CNN Daniela Lima revelou que mensagens extraídas do celular do tenente-coronel pela PF revelam conversas com a esposa em que ambos colocam em dúvida os imunizantes.

Cid trocou de advogados no dia 10 de maio. Bernardo Fenelon e Bruno Buonicore assumiram o caso após o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro promover mudanças na sua equipe de defesa. O advogado Rodrigo Roca deixou o caso.

Operação Venire

A Polícia Federal prendeu Mauro Cid no dia 3 de maio, em Brasília. Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, assessores de Bolsonaro que trabalhavam no Planalto, também foram presos. O secretário municipal de Governo da cidade de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, também foi alvo de prisão preventiva.

O celular do ex-presidente foi apreendido.

As ações fazem parte da Operação Venire, que investiga a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).

CNN apurou que a cidade de Duque de Caxias se envolve na investigação porque um dos registros encontrados no sistema da Saúde sobre a vacinação de Bolsonaro foi feito em um posto de saúde do município fluminense. Nesse posto, houve um registro de que o ex-presidente teria se imunizado contra a Covid-19 no local, e a investigação apontou que era um dado adulterado.

*Publicado por Fernanda Pinotti

Este conteúdo foi originalmente publicado em Mauro Cid chega à PF para depor sobre fraude em cartões de vacina no site CNN Brasil.

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