‘Pesadelo’, diz irmã de jovem morta a facadas em apartamento em Vitória um mês após o crime; namorado da vítima segue preso

“Ele tirou um pedacinho da vida de cada um de nós”, também disse a irmã sobre crime que aconteceu em 15 de maio. Universitário Matheus Stein Pinheiro, namorado de Ana Carolina Rocha Kurt, de 24 anos, é apontado pela polícia como principal suspeito do crime. Ana Carolina Rocha Kurth, de 24 anos, foi morta a facadas em apartamento no Centro de Vitória.
Reprodução/Redes sociais
O assassinato da jovem Ana Carolina Rocha Kurt, de 24 anos, morta a facadas dentro do apartamento onde morava com o namorado, no Centro de Vitória, completa um mês nesta quinta-feira (15). Enquanto o inquérito policial não é concluído, o principal suspeito do crime, o estudante de Direito Matheus Stein Pinheiro, namorado da vítima, continua preso.
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A médica veterinária Letícia Rocha Kurt, irmã de Ana Carolina, disse que o último mês desde que a irmã foi assassinada tem sido um pesadelo para a família e espera que o ex-cunhado permaneça preso.
Letícia Rocha Kurt e a irmã, Ana Carolina Rocha Kurt, morta a facadas em apartamento onde morava com o namorado em Vitória
Arquivo pessoal
“Parece que os dias vão passando e a dor vai aumentando. Está sendo muito difícil pra toda família. É muita dor. Eu ainda não consigo acreditar. É inaceitável. A minha família vive em constante pesadelo. Faz dois dias que eu sonho com ela. A vida da minha irmã foi tirada de forma brutal, de forma repentina. É um pesadelo, uma tragédia. Ele tirou não somente a vida da minha irmã, mas tirou um pedacinho da vida de cada um de nós. É uma dor que a gente sabe que vai ter que conviver pro resto das nossas vidas”, disse a irmã de Ana Carolina.
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Ana Carolina disse que desde o crime ela ainda não conseguiu voltar a trabalhar, e que a irmã mais velha e a mãe estão vivendo a base de remédios.
Da esquerda para a direita: Paola Vieira Rocha, Letícia Rocha Kurth e Ana Carolina Rocha Kurt, morta a facadas em Vitória
Arquivo pessoal
“Esta semana, minha mãe estava com muita dor no peito. Fomos ao médico e agora ela está precisando de remédio pra dormir. Minha irmã mais velha também vive a base de remédios. Eu não consegui voltar a trabalhar ainda. Não consegui voltar à minha vida normal ainda. Está sendo muito difícil. A gente espera justiça, a gente quer que a justiça seja feita, que ele pague pelo que ele fez”, disse a médica veterinária.
De acordo com a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), Matheus Stein Pinheiro permanece no Centro de Detenção Provisória de Viana 2, na Grande Vitória.
Matheus Stein Pinheiro, namorado e suspeito de matar a estudante Ana Carolina Rocha Kurth no ES
Divulgação
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Fuga de ônibus
Vídeos de câmeras de segurança divulgados pela Polícia Civil do Espírito Santo mostram Matheus já na Rodoviária de Vitória após cometer o crime e, minutos depois, o pai dele chegando ao apartamento, arrombando a porta e encontrando a nora morta (assista abaixo).
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Um vídeo obtido com exclusividade pela Rede Gazeta mostrou Matheus minutos depois do crime saindo do apartamento. Na ocasião, o delegado Ricardo Almeida, chefe do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), forneceu mais detalhes sobre o caso.
“Por volta de 15h23, vizinhos relataram gritos de socorro. A vizinha fez contato com o morador que trabalha na administração do condomínio já sugerindo que pudesse ser no apartamento por causa do histórico do casal. Se deparou com o investigado saindo com mochila e perguntou a ele se havia ouvido gritos. Ele disse que não tinha ouvido nada e que estava indo para a faculdade e foi embora”, contou o delegado durante coletiva no mês de maio”.
Raffaella Aguiar, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), que investiga o assassinato da jovem, disse no dia 18 de maio que o universitário Matheus Stein Pinheiro, principal suspeito do crime, tem um perfil machista e possessivo.
“Você percebe que é uma pessoa que tem esse perfil. Ele é machista, ele é possessivo, tem um perfil misógino que desqualifica a figura da mulher na sociedade. Então, a estratégia da defesa de que em um primeiro momento ele estava em surto pra nós não parece que isso ocorreu”, disse a delegada na ocasião.
A delegacia disse ainda que contra Matheus foi cumprido uma mandado de prisão temporária de 30 dias por ser crime hediondo, que pode ser prorrogado por mais 30 dias. Depois disso, a polícia pretende pedir a prisão preventiva.
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Ministério Público acompanha o caso
Procurada pelo g1, a Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) e “não há outras informações que possam ser divulgadas”.
Informou ainda que o prazo de investigação corre dentro da legalidade e com acompanhamento do Ministério Público Estadual.
O Ministério Público do estado também foi procurado, mas não havia retonado até a publicação desta reportagem.
O que dizem os advogados da vítima e do namorado
Rivelino Amaral, advogado contratado pela família de Ana Carolina, disse que segue acompanhando o caso de perto.
“Estamos acompanhando esse caso que tanto sofrimento trouxe e traz para toda família, especialmente por se tratar de crime tão bárbaro, cruel e desumano. Um feminicídio contra uma moça que tinha todo futuro pela frente e que foi brutalmente morta a facadas. Crime que causa grande clamor público especialmente por ser uma mulher em tenra idade. As autoridades que conduzem a investigação, os representantes do Ministerio Público bem como o juíz do caso certamente entenderão pela necessidade inafastável de mantê-lo preso, diante do risco que o mesmo representa”, disse o advogado.
Lidiane Lahass, advogada do universitário, disse que aguarda a conclusão do inquérito.
“Ainda não virou processo. Está na delegacia pra conclusão do inquérito desde o dia 16 de maio, se eu não me engano. Então, a gente está aguardando o retorno. Provavelmente, não vai concluir no prazo determinando na prisão temporária e vão pedir a prorrogação por mais 30 dias. É o que a gente está esperando que aconteça”, disse Lidiane.
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