Mauro Cid mantinha no celular arquivo com declaração de Estado de Sítio

Mensagens extraídas pela Polícia Federal (PF) do celular de Mauro Cid obtidas pela CNN mostram que o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve em seu WhatsApp a cópia de um arquivo com declaração de Estado de Sítio no Brasil.

As informações são da âncora da CNN Daniela Lima.

O relatório teve o sigilo suspenso pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após revelação de trechos do conteúdo em reportagens da imprensa. Moraes pediu ao diretor-geral da PF a instauração de um procedimento de apuração sobre o vazamento do documento.

Na análise do celular apreendido pela PF no dia 3 de maio, na operação em que Cid foi preso, os policiais apontaram que o ex-ajudante de ordens enviou três fotografias para ele mesmo pelo WhatsApp, às 23h39 do dia 28 de novembro do ano passado.

“O envio, aparentemente, serviu como backup das imagens”, escreve o relatório, acrescentando que “o conteúdo do texto chamou a atenção da equipe”.

Relatório da Polícia Federal (PF) mostra imagens enviadas pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid a ele mesmo com documento de declaração de Estado de Sítio / Reprodução

As três fotos são de um mesmo documento impresso em folha sulfite e fotografado em trechos.

No texto desta declaração (leia completa no final da matéria), constam trechos como “o ministro Alexandre de Moraes nunca poderia ter presidido o TSE, uma vez que ele e Geraldo Alckimin [sic] possuem vínculos de longa data, como todos sabem”.

Outro trecho indicava que o documento ainda não estava em sua versão final, como, por exemplo, em “[Aqui, tratar de forma breve das decisões inconstitucionais do STF]”.

A declaração encerrava com: “Afinal, diante de todo o exposto e para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas da Constituição Federal de 1988, declaro o Estado de Sítio; e, como ato contínuo, decreto Operação de Garantia da Lei e da Ordem.”

Os policiais destacaram que, na última foto, o autor da fotografia “aparentemente” utiliza uma folha impressa para cobrir o local que “supostamente revelaria a identificação do autor do texto”.

O mesmo relatório, conforme revelou a âncora da CNN Daniela Lima, mostra que um coronel com assento no Estado-Maior do Exército clamou a Cid, em dezembro do ano passado, por um golpe de Estado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Este conteúdo foi originalmente publicado em Mauro Cid mantinha no celular arquivo com declaração de Estado de Sítio no site CNN Brasil.

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