Duailibi: Entorno de Bolsonaro ‘ficou frustrado’ com silêncio de Mauro Cid à PF

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Cid foi chamado pela PF para dar explicações no caso que investiga fraude em cartões de vacina. O militar foi preso em razão dessa investigação há 15 dias. Julia Duailibi também analisa os possíveis significados do silêncio do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Duailibi: entorno de Bolsonaro ‘ficou frustrado’ com o silêncio de Mauro Cid à PF
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, ficou em silêncio durante seu depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (18). Segundo a comentarista Julia Duailibi, a estratégia do militar frustrou o entorno do ex-presidente.
“O entorno de Bolsonaro ficou frustrado, porque, mesmo ele ficando em silêncio, não apontando agora o dedo para Bolsonaro, há uma avaliação de que ele poderia ter matado um pouquinho mais no peito, dizendo: ‘não recebi, de fato, nenhuma ordem para isso’. E não foi isso o que aconteceu”.
📌 Cid foi chamado pela PF para dar explicações no caso que investiga fraude nos cartões de vacina de Bolsonaro, da filha adolescente e de outras pessoas do entorno do ex-presidente. Cid foi preso em razão dessa investigação há 15 dias.
A comentarista também analisa os possíveis significados do silêncio do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
“Silêncio tem Cid tem significados e, talvez, o mais óbvio deles, seja ganhar tempo. A defesa diz que quer ter acesso aos dados do laudo, da quebra de sigilo do telefone dele para aí poder se manifestar. Só que se a gente mergulhar e analisar esse silêncio para além da questão do tempo, a gente ganha outros significados também”, explica Duailibi.
“A situação dele é muito crítica do ponto de vista jurídico. A família está pressionando muito, a mulher vai ser ouvida amanhã [sexta-feira]. Então, todo esse contexto, nesse silêncio, aponta para a possibilidade de uma delação premiada. Não é um fato, mas é um cenário. E a delação premiada tem que ser sempre para cima, para o chefe. Ela alcançaria Bolsonaro. Esse é um cenário com qual os investigadores trabalham”, completa.
Apesar desse cenário, segundo a comentarista, aliados do ex-presidente acham improvável uma delação premiada.
“Bolsonaro e o entorno dele acham improvável ter uma delação. Falam: ‘Olha, não tem o que delatar, não tem envolvimento de Bolsonaro’. E ele é um militar, está acostumado a trabalhar com pressão, se preparou para isso”, avalia.
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