PM morto por policial em SP cuidava da cavalaria e amava os animais

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São Paulo – A pedagoga Bruna Rodrigues Costa, de 34 anos, tomava café da manhã em Caraguatatuba, litoral paulista, quando recebeu um ligação de sua mãe, por volta das 9h dessa quinta-feira (18/5).

“Ela pediu minha ajuda, para eu ascender uma vela pro anjo da guarda do Roque, porque ele tinha levado um tiro e estava indo pro hospital. Até aí, eu não sabia o que tinha acontecido”, afirmou ao Metrópoles. Instantes depois, ela recebeu uma mensagem da mãe, a PM aposentada na Paula Rodrigues, 54, confirmando que seu padrasto havia morrido, a cerca de 90 quilômetros, em São José dos Campos, no interior de São Paulo.

Bruna, então, ficou sabendo por telefone que o sargento da Polícia Militar Roberto Carlos Pereira Roque, de 48 anos, havia levado um tiro na barriga (veja abaixo), dado por um policial civil quando o PM, que estava de folga, tentou apartar uma briga. Roberto casou-se com Ana quando Bruna tinha 10 anos de idade e criou-a como filha desde então.

 

Ana e Roberto se conheceram quando trabalhavam no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), na capital paulista, de onde o policial migrou para a Cavalaria da corporação, onde atuou por 20 anos como enfermeiro veterinário.

Durante este período, o casal teve um filho, atualmente com 16 anos, que considerava o pai seu melhor amigo e com quem fazia tudo junto, quando o PM estava folga.

A dedicação que Roberto tinha com a família também era aplicada no trabalho e aos animais com os quais convivia e cuidava. “Meu pai só vinha para casa nas folgas e, quando estava na Cavalaria, dormia na estrebaria com os cavalos, de tanto que gostava deles. Mesmo tendo uma cicatriz enorme no cotovelo esquerdo, por causa de um coice que levou de uma égua, ele nunca deixou de amar os cavalos de que cuidava”, afirmou a pedagoga.

Há cerca de três anos, o casal mudou-se para São José dos Campos, lodo depois de Bruno ir para Caraguatatuba. O sargento viajava muito, porque ia à capital paulista, para trabalhar na Cavalaria, retornando ao interior para ficar com a esposa e o filho adolescente. Já aos fins de semana, ia visitar Bruna.

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Apartar briga

Na manhã dessa quinta-feira, o sargento se preparava para ir à academia quando a esposa o informou sobre uma briga entre um familiar e outro homem, que não sabiam ser um policial civil armado, por causa de um cachorro. “Ele [PM] foi até lá fora tentar apartar a briga, o vídeo mostra perfeitamente, ele tentando separar a briga…aí foi isso… até agora não consigo acreditar no que aconteceu”, relembrou Bruna. O policial militar tinha como hobby a prática de musculação e corrida, de acordo com a filha.

“Ele era um bom pai, desde sempre. Uma pessoa família. Não bebia, não gostava de ir em festa, era tranquilão, trabalhava de forma exemplar, cuidava dos animais como se fossem gente. Não sei nem dizer o que estou sentindo. Como pode uma pessoa acabar com a vida de outra assim, por nada.”

Bruna acrescentou que os fins de semana não serão mais os mesmos, a partir de agora, porque não irá mais ser visitada pelo padrasto, que para ela foi um pai.

Roberto Carlos Pereira Roque seria velado até às 13h desta sexta-feira (18/5) em Jacareí, interior paulista e em seguida cremado no Crematório Campos das Oliveiras, na mesma cidade.

Secretaria da Segurança

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo lamentou a morte do sargento, ocorria após ele ser baleado por um policial civil de 43 anos.

A pasta não informou a identidade nem a delegacia na qual o policial civil trabalha.

Em nota, a secretaria ainda disse que as circustâncias em que o sargento foi assassinado são apuradas e que ele e o policial que atirou “desconheciam a condição de policial do outro.”

 

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