PM e empresário são investigados por fingirem ser policiais civis e torturarem moradores do litoral de SP


Polícia Civil apreendeu armas e munições durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão nos endereços ligados à dupla. Investigados usavam distintivos falsos da Polícia Civil em Itanhaém (SP)
Reprodução
Um PM, de 31 anos, e um empresário, de 42, são investigados por ameaçar, agredir e torturar pessoas enquanto fingiam ser policiais civis em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Conforme apurado pelo g1, nesta sexta-feira (1º), a dupla usava distintivos falsos para cometer os crimes.
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Agentes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itanhaém cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados em Suzano (SP), cidade onde moram, na quarta-feira (30).
Segundo a Polícia Civil, a motivação dos crimes pode estar ligada a um furto em uma casa de veraneio do empresário, localizada no bairro Gaivota, em Itanhaém. De acordo com a corporação, a dupla tentou solucionar o crime espancando e ameaçando moradores da região em busca de informações.
Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços ligados aos investigados
Divulgação/Polícia Civil
Apreensões
A equipe da DIG de Itanhaém esteve em seis locais relacionados à dupla para cumprir os mandados.
Segundo a Polícia Civil, foram apreendidas armas e munições que estariam ligadas aos crimes cometidos pelos investigados. Ainda de acordo com a corporação, o empresário é Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).
Na casa do policial militar investigado, por sua vez, os agentes encontraram quatro porções de cocaína. Conforme apurado pelo g1, o homem alegou à corporação que fazia uso dos entorpecentes.
Veículo que teria sido usado pelos suspeitos nos crimes em Itanhaém (SP)
Divulgação/Polícia Civil
Casal torturado
O g1 teve acesso a um boletim de ocorrência sobre um dos episódios de violência relacionado com a dupla. O caso foi registrado como “tortura, ameaça e lesão corporal” em Itanhaém.
A vítima é um homem de 44 anos que informou à polícia ser presidente de uma agremiação esportiva do bairro Rio Preto, na cidade litorânea. Ele contou que mora na sede da organização com a companheira e os filhos, sendo responsável também por administrar um bar no local.
No relato, o homem disse ter sido surpreendido com a chegada da dupla em um carro preto, na madrugada do dia 19 de outubro. Segundo ele, os homens “ostentavam” distintivos da Polícia Civil no pescoço.
A vítima relatou que estava no local acompanhada da mulher e da cunhada, que segurava um bebê. A dupla, ainda segundo o depoimento, questionou a família sobre uma “televisão furtada”.
O homem disse à polícia que, apesar da família alegar não ter informações sobre o aparelho, a dupla afirmou que ele “deveria ser devolvido”. Em determinado momento, ainda segundo o relato, um dos investigados disse que o televisor precisaria estar na mesa de bilhar do bar no dia seguinte.
Homens foram filmados por câmeras de monitoramento de estabelecimentos em Itanhaém (SP)
Reprodução
A vítima disse que foi “estapeada” no rosto por um dos investigados, levando coronhadas em seguida, enquanto afirmava não ter informações sobre a televisão. O agressor ainda teria ameaçado de morte o presidente da agremiação, com o comparsa chutando a perna dele.
Segundo o depoimento, as agressões duraram entre 40 e 60 minutos. A vítima contou à polícia ter ficado com medo e, por isso, passado alguns dias fora da cidade para “proteger a família” da dupla.
Os investigados, porém, teriam voltado ao local durante o período de ausência dele, dando tiros para o alto e fazendo novas ameaças.
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