Nasa divulga detalhes de tsunami que fez o mundo vibrar por 9 dias

Volume de água do tsunami registrado pelo satélite da NasaNasa Earth Observatory

A Nasa, a agência espacial norte-americana, divulgou detalhes inéditos do tsunami na Groenlândia que gerou um evento sísmico que ecoou pelo mundo por nove dias em 2023.

Causado por um grande deslizamento de rochas em setembro de 2023, o evento fez as águas do Fiorde Dickson, na Groenlândia, oscilarem de um lado para o outro a cada 90 segundos.

A atividade sísmica foi registrada pelo satélite SWOT, uma missão conjunta da Nasa com o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES), que mede o nível da água em superfícies de oceanos, lagos e rios em alta resolução.

O tsunami

O sinal sísmico foi captado por sensores de todo o mundo em setembro do ano passado, levando os cientistas a investigar de onde ele vinha. O deslizamento – uma encosta rochosa que desabou, levando com ela o gelo glacial – gerou uma onda de 200 metros no mar.

A onda ficou confinada no fiorde (um rio entre montanhas), movendo-se para frente e para trás por nove dias, gerando as vibrações.

Os resultados da investigação do evento foram publicados na revista Science. No começo, os cientistas não souberam identificar o que era, já que não parecia ser um terremoto. As vibrações continuaram aparecendo a cada 90 segundos, por nove dias, de acordo com especialistas do University College de Londres.

Os pesquisadores concluíram que 25 milhões de metros cúbicos de rocha – volume equivalente a 25 vezes o Empire State Building, em Nova York – atingiram a água, causando o “megatsunami”.

Detectado por satélite 

Lançado em 2022, o satélite SWOT detectou que, após o deslizamento, o nível da água no lado norte do fiorde chegou a ficar até 1,2 metros mais alto que o lado sul. Na imagem divulgada pela Nasa é possível ver essa diferença de elevação, com as áreas mais altas destacadas em vermelho e as mais baixas em azul.

“Coincidentemente, o SWOT passou sobre o fiorde em um momento em que as águas estavam bastante acumuladas contra a parede norte,” afirmou Josh Willis, especialista em nível do mar no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, na Califórnia. “Observar a forma da onda é algo que nunca conseguimos fazer antes do SWOT”.

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