Trump eleito: mundo não vai ‘trabalhar dobrado’ pelo clima e ‘todo mundo vai ter que se esforçar’, diz Marina Silva

Ministra lembrou que EUA são segundo maior emissor de gases de efeito estufa e sofreram com furacões recentes. No primeiro mandato, Trump retirou o país do Acordo de Paris. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta quarta-feira (6) que a “governança climática” no mundo continuará a avançar, mesmo com a eleição de Donald Trump para assumir a presidência dos Estados Unidos.
🔎 A apuração norte-americana não acabou, mas Trump foi declarado eleito ainda na manhã de quarta ao conquistar os 270 delegados necessários para formar maioria no Colégio Eleitoral. Adversária na disputa, a atual vice-presidente Kamala Harris admitiu a derrota.
Questionada em uma entrevista coletiva, Marina Silva defendeu que os outros países não podem ser forçados a “trabalhar dobrado” para compensar eventuais retrocessos capitaneados por Trump – que já se mostrou cético quanto às mudanças climáticas.
Acordo de Paris e emissão de combustíveis fósseis: como a vitória de Trump impacta no meio ambiente
“Vocês viram o que está significando agora, nós termos que trabalhar pelos nossos quatro anos [de mandato] e pelos quatro anos de um governo que abandonou as políticas de enfrentamento à mudança do clima […] Os demais países, obviamente, vão ter que trabalhar dobrado por um país que não quer, suponhamos que não queira fazer a sua parte?”, questionou.
“A questão climática é uma questão ambiental, de equilíbrio, mas é também de competição econômica. Todo mundo vai ter que se esforçar para ter produtos que não sejam carbono-intensivo”, prosseguiu Marina.
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