Finlândia aborda petroleiro após problema com cabo submarino de energia

As autoridades da Finlândia disseram que abordaram e assumiram o controle de um petroleiro que viajava da Rússia nesta quinta-feira (26), sob suspeita de que ele tenha causado um problema em um cabo de energia submarino e três linhas de internet conectando o país e a Estônia.

O navio registrado nas Ilhas Cook, nomeado pelas autoridades como Eagle S, foi abordado por uma equipe da guarda costeira finlandesa, que assumiu o comando no Mar Báltico e navegou a embarcação para águas finlandesas, informou um oficial da guarda costeira em uma entrevista coletiva.

“Do nosso lado, estamos investigando uma sabotagem grave”, afirmou Robin Lardot, diretor da agência federal de investigações da Filânica, que lidera a apuração multiagências.

“De acordo com nosso entendimento, uma âncora da embarcação que está sob investigação causou o dano“, acrescentou.

O serviço alfandegário finlandês destacou que apreendeu a carga da embarcação e que se acredita que o Eagle S pertença à chamada “frota fantasma” da Rússia de petroleiros envelhecidos que buscam fugir das sanções à venda de petróleo russo.

Tanto o governo finlandês quanto o da Estônia realizarão reuniões extraordinárias mais tarde nesta quinta-feira para avaliar a situação, anunciaram em declarações separadas.

As nações do Mar Báltico estão em alerta máximo para potenciais atos de sabotagem após uma série de interrupções envolvendo cabos de energia, links de telecomunicações e gasodutos desde 2022, embora o equipamento submarino também esteja sujeito a mau funcionamento técnico e acidentes.

Reparo de cabo levará meses

O reparo do interconector Estlink 2 de 170 km levará meses, e a interrupção pode causar uma situação complicada de fornecimento de energia durante o inverno, pontuou a operadora Fingrid em uma declaração.

Os danos às instalações submarinas no Mar Báltico se tornaram tão frequentes que é difícil acreditar que isso foi causado apenas por acidente ou má navegação, disse o Ministro das Relações Exteriores da Estônia, Margus Tsahkna, em uma declaração.

“Devemos entender que os danos à infraestrutura submarina se tornaram mais sistemáticos e, portanto, devem ser considerados ataques contra nossas estruturas vitais”, alegou Tsahkna.

A interrupção de 658 megawatts (MW) do Estlink 2 começou ao meio-dia, no horário local, de quarta-feira (25), deixando apenas o Estlink 1 em operação entre os dois países, segundo a operadora Fingrid.

Frota fantasma da Rússia

Doze países ocidentais afirmaram em 16 de dezembro que concordaram com medidas para “interromper e deter” a chamada frota de navios fantasma da Rússia, a fim de evitar violações de sanções e aumentar o custo para Moscou da guerra na Ucrânia.

“Devemos ser capazes de evitar os riscos representados por navios pertencentes à frota fantasma russa”, destacou o presidente finlandês, Alexander Stubb, em uma publicação no X neta quinta-feira.

A polícia na Suécia está, enquanto isso, liderando uma investigação sobre a violação no mês passado de dois cabos de telecomunicações do Mar Báltico, em um incidente que o ministro da Defesa alemão Boris Pistorius disse ter assumido ter sido causado por sabotagem.

Separadamente, as polícias finlandesa e estoniana continuam investigando os danos causados ​​no ano passado ao gasoduto Balticconnector, que liga a Finlândia e a Estônia, bem como a vários cabos de telecomunicações, e comentaram que isso provavelmente foi causado por um navio arrastando sua âncora.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Finlândia aborda petroleiro após problema com cabo submarino de energia no site CNN Brasil.

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