MP investiga denúncia de intolerância religiosa em escola de Porto Velho: ‘chamaram minha filha de macumbeirinha’

Uma das funcionárias denunciadas ocupa o cargo de coordenadora da instituição e outra a posição de professora, segundo a mãe. Ministério Público diz que vai convocar reunião. Escola Municipal Marise Castiel
Prefeitura de Porto Velho
O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) instaurou um procedimento para investigar o caso de intolerância religiosa denunciado pela mãe de uma menina de cinco anos em Porto Velho. Segundo a mulher, duas funcionárias da Escola Municipal Marise Castiel chamaram a criança de “macumbeirinha” dentro da instituição.
“Falaram que era pra mãe dela tirar ela da escola porque lá não era lugar de ‘macumbeirinha’”, contou a mãe ao g1.
O caso foi noticiado pelo g1 no início da semana. Na sexta-feira (14), representantes de movimentos afro-religiosos de Rondônia e a mãe da vítima participaram de uma reunião com Promotores de Justiça da Cidadania no Ministério Público de Rondônia (MP-RO).
Uma das funcionárias denunciadas ocupa o cargo de coordenadora da instituição e outra a posição de professora, segundo a mãe.
“A minha filha chegou e falou: ‘mãe, o que é macumbeira?’ E eu perguntei o porquê. Ela disse: ‘porque a tia tava me chamando de macumbeirinha dentro do banheiro, eu não aguento mais’. Aí a gente juntou peça por peça do porquê ela tava fazendo cocô nas calças e não tava querendo ir ao banheiro sozinha”, revelou a mãe.
Segundo o MP-RO, a primeira medida que será adotada quanto ao caso é a convocação de uma reunião para que a Secretaria Municipal de Educação (Semed) possa explicar quais procedimentos foram adotados no âmbito administrativo. O encontro também deve contar com a presença dos líderes religiosos e da família da vítima.
A Semed também deve ser orientada a desenvolver projetos que capacitem os servidores para combater a intolerância religiosa e o racismo.
Inicialmente a pasta informou ao g1 que não tinha conhecimento do caso e que “está apurando o que houve para que não ocorra novamente”. O g1 questionou quais procedimentos foram adotados, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
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