Mudanças pela governabilidade

Lula pretende trocar nada menos que dez titulares de ministériosRicardo Stuckert/Divulgação

O ano de 2025 começa com intensidade na movimentação política. À frente de um navio chamado Brasil, Lula enfrenta ventos cada vez mais fortes, ondas de tamanho crescente e nuvens carregada no horizonte. Para bem conduzir esse navio, as negociações e os apoios são fundamentais.

Sabendo disso, Lula já planeja uma reforma política em que pretende atrair apoios para o seu governo, mesmo sacrificando ministérios hoje ocupados por petistas ou apoiadores de longa data.

Antes de entrar na reforma propriamente dita, já houve a troca do ministro da Secom – Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, por Sidônio Palmeira. Em público, se diz que Pimenta “cumpriu o seu papel”, mas, nos bastidores, havia a avaliação de que o governo comunicava mal. Sidônio, marqueteiro político, é a esperança de uma comunicação mais pujante e assertiva.

Lula pretende trocar nada menos que dez titulares de ministérios. Os petistas são os mais visados. Márcio Macedo, Wellington Dias e Alexandre Padilha, por exemplo, estão entre os mais citados para serem substituídos e isso basicamente para abrir espaço para acomodar outros aliados.

Assim, além das mudanças envolvendo o próprio PT, a expectativa é de que a reforma ministerial contemple ainda mais os partidos do Centrão. Atualmente, PSD, União Brasil e MDB contam com três ministérios cada. Com a reforma, esses partidos teriam mais espaço no governo. Até mesmo Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, presidentes da Câmara e do Senado em fim de mandato, pode se tornar ministros.

Política, contudo, é por vezes um xadrez em que a perda de uma peça é inevitável. Com a reforma em questão, Lula ganha ou amplia o seu leque de apoios, contudo, perde força juntos aos movimentos e grupos que o elegeram. Seu governo fica claramente menos de esquerda, mais de centro e, num certo sentido, até mesmo de centro-direita.

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