Diplomata André Corrêa do Lago vai presidir a COP 30 em Belém, anuncia governo


Embaixador é o atual secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, e tem trabalhado com temas de desenvolvimento sustentável desde 2001 Diplomata André Correa do Lago, em imagem de 2023
Marcelo Seabra/Ag. Pará
O governo federal anunciou nesta terça-feira (21) o nome do embaixador André Corrêa do Lago para presidir a COP 30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que acontecerá este ano em Belém (PA).
O anúncio foi feito pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e pela secretária-executiva do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O diplomata André Corrêa do Lago é o presidente da COP. E aproveito para parabenizá-lo, pela segunda vez aqui, de público, agradecendo pela disposição. E o Ministério do Meio Ambiente, com a secretária Ana Toni, que será a diretora-executiva da COP”, anunciou Marina.
“Queia agradecer a confiança do presidente Lula em me nomear presidente da COP 30. É uma honra imensa, e acredito que o Brasil pode ter um papel incrível nessa COP. Agradeço também ao resto do governo, porque a COP, a gente vai ter que construir todos juntos. E além do governo, com a sociedade civil, o empresariado, todos os atores que são absolutamente essenciais na formação do que o Brasil quer desta COP”, afirmou o novo presidente da COP, em seguida.
Corrêa do Lago é o atual secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, e tem trabalhado com temas de desenvolvimento sustentável desde 2001.
O embaixador também já esteve à frente das negociações por parte do Brasil nas conferências de clima da ONU.
Corrêa do Lago também agrega no currículo a experiencia em cúpulas internacionais. No G20 do ano passado, por exemplo, o embaixador coordenou o grupo de trabalho voltado para Sustentabilidade Ambiental e Climática.
Entre os méritos da atividade liderada por Corrêa do Lago está o documento que estabelece os 10 princípios de alto nível sobre bioeconomia. Foi a primeira vez que o grupo de países discutiu o tema e chegou a um documento de consenso multilateral.
“Com a ajuda de vocês, vamos fazer uma COP que será lembrada com entusiasmo”, disse o embaixador.
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André Aranha Corrêa do Lago nasceu em 1959. É bacharel em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1981) e entrou na carreira diplomática em 1982.
Na Secretaria de Estado, em Brasília, exerceu funções nas áreas de organismos internacionais, promoção comercial, cerimonial e energia. No exterior, serviu nas embaixadas em Madri, Praga, Washington e Buenos Aires e na Missão junto à União Europeia, em Bruxelas.
Tem trabalhado com temas de desenvolvimento sustentável desde 2001. Foi diretor do Departamento de Energia (2008-2011) e do Departamento de Meio Ambiente (2011-2013), período em que foi o negociador-chefe do Brasil para mudança do clima (2011-2013) a para a Rio+20 (2011-2012).
Foi embaixador no Japão (2013-2018), na Índia (2018-2023) e, cumulativamente, no Butão (2019-2023). Desde março de 2023, é o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.
Corrêa do Lago publicou livros e artigos sobre desenvolvimento sustentável e mudança do clima e é também crítico de arquitetura. É casado e tem quatro filhos.
O que faz o presidente da COP?
O cargo de presidente de uma COP tem peso importante, pois cabe ao ocupante da função mediar e articular os debates com outros países, e, até mesmo, construir consenso para uma declaração final.
A COP 30 terá grandes desafios. A Conferência do Azerbaijão não resolveu totalmente a questão do financiamento climático. E o governo brasileiro tem visto com preocupação a carga de demandas que a cúpula terá de resolver.
Segundo especialistas, o Brasil terá a responsabilidade de retomar o debate e avançar em acordos para a preservação ambiental e climática.
Para o Itamaraty, a COP 30 poderá deixar como “grande legado” a renovação de compromissos com a redução das emissões de gases poluentes e o término de debates que o Azerbaijão não concluiu.
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