Corte na cabeça de bebê durante parto é investigado em SC

Polícia Civil abriu inquérito em Joinville. Há suspeita de que corte tenha causado infecção no recém-nascido. Corte na cabeça de bebê recém-nascida no Norte de Santa Catarina
Arquivo pessoal
A Polícia Civil de Joinville, no Norte de Santa Catarina, abriu uma investigação sobre um corte na cabeça de uma bebê no momento do parto. Esse ferimento, por sua vez, teria causado uma infecção na recém-nascida. O caso chegou à polícia na segunda-feira (31).
A bebê nasceu em 14 de julho. A mãe mora em Araquari, mas o parto foi em um hospital de Joinville, cidade vizinha.
A Maternidade Darcy Vargas disse em nota “que o evento está em investigação pela Gestão de Risco da unidade, buscando identificar se houve alguma falha na conduta tomada durante o parto” (veja nota na íntegra no final da reportagem).
Segundo a advogada da família da vítima, Stephanie Corazza Moreira, a justificativa da equipe médica para o ocorrido “é que o útero estava muito duro, teve que botar força para fazer o parto” (leia mais abaixo).
O delegado Rodrigo Maciel, responsável pelo caso, afirmou que será apurado “se a conduta médica foi correta”. A bebê passará por exame pericial.
Relato da família
Moreira contou o relato da mãe, que é soropositiva. “Ela precisou fazer uma cesárea de emergência, estava com pressão alta. Com 38 semanas [de gravidez], ela foi encaminhada e operada”, relatou.
Após o parto, a equipe do hospital falou com a mãe sobre o que aconteceu. Segundo Moreira, “a médica falou que tinha um corte superficial na cabeça da criança, na moleira, e que precisaria fazer dois pontos”.
Ainda conforme a advogada, foi feito um ponto no início e outro no final do ferimento. “Começou a sair líquido desse corte. Deram alta ainda com o corte aberto. Deram um laudo dizendo que houve um corte superficial, mas ainda estava saindo muito líquido, o cabelo da criança ficava molhado”.
Como a situação não melhorava, a mãe levou a bebê em um posto de saúde em Araquari. “Eles deram um remedinho para dor e uma pomada cicatrizante. Depois de passar a pomada, o corte parecia que começava a cicatrizar”, contou a advogada.
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Depois de cinco dias, a mãe tinha uma consulta de retorno. “No postinho, a atendente ficou assustada com a situação e encaminhou a criança para o Hospital Infantil [de Joinville]. Encaminharam a criança para atendimento com neurologista. Eles disseram que o corte não foi superficial. A criança teve que fazer uma cirurgia de emergência”, disse a advogada.
De acordo com ela, a bebê ainda poderá ter sequelas neurológicas, como dificuldades na fala e na coordenação motora. A avaliação médica para descobrir isso só poderá ser feita daqui a três anos, com o desenvolvimento da criança.
A recém-nascida ficou em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de quinta (27) até terça (1º), quando foi transferida para um quarto, informou a advogada.
“O neurologista explicou que a questão foi que houve um erro um pouco grosseiro. Pode acontecer um arranhão na criança. Porém, um corte como aquele não poderia ter sido dado alta para a criança”, disse Moreira.
A advogada declarou que família registrou boletim de ocorrência e que vai entrar com medida judicial na área cível para “reparação dos prejuízos”.
O que diz o hospital
Confira a íntegra da nota do hospital.
A direção da Maternidade Darcy Vargas esclarece que no caso citado, ocorreu uma intercorrência no momento da cesárea. O paciente foi atendido e segue internado recebendo os cuidados médicos no Hospital Jeser Amarante Faria. A Maternidade Darcy Vargas informa ainda que o evento está em investigação pela Gestão de Risco da unidade, buscando identificar se houve alguma falha na conduta tomada durante o parto.
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