Colômbia quer acabar com exploração de petróleo na foz do Amazonas

A ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, afirmou neste domingo (6/8) que o governo de Gustavo Petro quer um fim “amplo e progressivo” do uso de petróleo na região amazônica. No entanto, a política colombiana destacou que não acredita em um acordo definitivo neste momento entre os países da região, incluindo o Brasil.

A declaração da ministra colombiana aconteceu durante os Diálogos Amazônicos, em Belém, capital do Pará. O evento reúne autoridades do Brasil e de países vizinhos.

“Não é tanto para o tema das emissões de gases de efeito estufa, mas porque é um pouco paradoxal seguir pensando sobre petróleo frente a crise que temos. Esses mega projetos geram abertura de caminhos, fragmentação ecológica, perda de biodiversidade e, sobretudo, conflito com as comunidades”, disse a ministra colombianan Susana Muhamad.

A Petrobras apresentou um novo pedido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para exploração de petróleo e gás natural na foz do Amazonas. O local pretendido pela estatal está localizado a 179 km da costa do Amapá e a 500 km da foz do rio Amazonas.

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Em maio, o Ibama negou uma licença ambiental para a Petrobras perfurar um poço no local. O órgão alegou que existem falhas sobre a segurança ambiental e também solicitou uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar que deverá ser apresentada pela empresa.

A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva (Rede), também participou do evento e foi questionada sobre o pedido de exploração. Marina não descartou a ampliação da busca por petróleo realizada pela Petrobras na costa brasileira.

“Temos já dois presidentes que chegam aqui, e os demais também, com suas propostas. Presidente Petro falando na não exploração de petróleo na Amazônia, e o presidente Lula falando, a partir de consenso interno, de desmatamento zero na Amazônia”, disse Marina.

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A ministra brasileira reforçou a necessidade de um consenso entre os líderes da América Latina para debates ambientais.

“Mas obviamente que o presidente Lula não vai querer impor que os outros presidentes também digam que é desmatamento zero. É um processo de convencimento. Da mesma forma que os outros que têm outras propostas levantam suas propostas e buscam o convencimento”, completou Marina Silva.

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