
Com aumento de 52,1%, startups lideraram o aumento e foram responsáveis por 484 postos de trabalho, 68% do total. Empresas-filhas da Unicamp aumentam 33%, e faturamento chega a R$ 129 milhões
O número de empresas que fazem parte do ecossitema para desenvolvimento científico e tecnológico da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) subiu 33,3%, em 2024, em relação a 2023. Juntas, as empresas foram responsáveis por 711 postos de trabalho.
As startups lideraram o crescimento, com aumento de 52,1% na categoria, e foram responsáveis por 484 empregos, 68% do total.
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Os estabelecimentos integram o Parque Científico e Tecnológico e a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Incamp), ambos sob gestão da Agência de Inovação (Inova) da Unicamp em Campinas (SP). Os dados foram publicados no Relatório Anual do Parque e da Incamp, produzido pela Inova e divulgado nesta terça-feira (16).
Crescimento acelerado
O diretor executivo Reverson Fernandes atua em uma empresa que integra o Parque Tecnológico e desenvolve, em pequena escala, chips que simulam processos químicos para a grande indústria. Em dois anos de existência, já são seis patentes, sendo uma licenciada para a Petrobras.
“A gente tem uma demanda muito grande, tanto de pesquisa como equipamentos, e hoje o Parque propicia isso, para esse crescimento que a gente ‘tá’ tendo”, conta o diretor.
Uma startup que faz parte do ecossistema gerido pela Inova foi fundada em 2014 e expandiu os serviços para grandes corporações dos setores de saúde, logística e financeiro. Atualmente, emprega 110 pessoas, sendo 55 no Parque em regime híbrido e outros 55 colaboradores em trabalho remoto.
O fundador Michel Cusnir é egresso do Instituto de Computação (IC) da Unicamp e conta que iniciativas voltadas para o bem-estar dos funcionários contribuem para manter os postos de trabalho.
“Isso obviamente tem efeito em retenção. A gente tem turnover [taxa de rotatividade] em torno de 2% ao ano, quando no mercado normalmente é 30%”, afirma.
O Marcellus Macedo é dono de uma ideia aprovada em agosto de 2024 para se tornar uma empresa dentro da Unicamp, no ramo da visão computacional e inteligência artificial.
“Você tem a ideia, começa e depois vai acertando o rumo para onde está indo. E eu acredito que estar ‘num’ ecossistema desse aqui do Parque contribui bastante para o sucesso do seu negócio”, diz Marcellus.
“Essas empresas, todas de base tecnológica, elas são muito importantes em vários sentidos. Primeiro, são empregos de altíssima qualidade, empregos em atividade de pesquisa e desenvolvimento que vão gerar soluções que vão chegar à população. Vão ser produtos que vão melhorar a qualidade de vida, vão melhorar a eficiência de alguns processos. Então, são coisas que, de fato, atingem a população”, afirma Renato Lopes, diretor executivo da Inova Unicamp.
Aumento de empresas
Em 2023, 60 empresas faziam parte do ecossistema gerido pela Inova, número que subiu para 80 em 2024. O aumento é de 33,3%.
A quantidade de startups aumentou de 23 para 35, uma alta de 52,1%; e as empresas incubadas subiram de 30 para 37, ou seja, 23.3%.
O ecossistema também abriga, atualmente, oito laboratórios de P&D (pesquisa e desenvolvimento) em parceria com a Unicamp. No ano passado, eram sete laboratórios no ambiente.
Empresas instaladas no Parque Tecnológico e na Incamp
Vagas de emprego
Com o aumento nas empresas incubadas e instaladas no Parque e na Incamp, o número de empregos mantidos também subiu. Em 2023, o número de postos de trabalho era de 596, chegando a 711 em 2024, um aumento de 19,2%.
A maior parte dos empregos foram mantidos pelas startups: em 2024, elas foram responsáveis por 484 postos de trabalho, o que representa 68% do total.
Segundo a Inova, do total das vagas de emprego, 41,5% foram preenchidas por alunos e ex-alunos da Unicamp.
Postos de trabalho no Parque Tecnológico e na Incamp
Startup emprega 110 pessoas, sendo 55 no Parque em regime híbrido e outros 55 colaboradores em trabalho remoto.
Pedro Amatuzzi/Inova Unicamp
Empresa que faz parte do Parque Tecnológico já desenvolveu seis patentes, uma delas licenciada para a Petrobras.
Pedro Amatuzzi/Inova Unicamp
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