Em meio a crise na saúde, governador visita HGP, conversa com pacientes e diz que muitos poderiam ser atendidos nas UPAs

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Wanderlei Barbosa (Republicanos) esteve na unidade na manhã deste sábado (20) acompanhado de autoridades e afirmou que vai cumprir decisão sobre a regulação da unidade, mas que por causa da lotação, pacientes poderão ser atendidos nos corredores. Governador Wanderlei Barbosa esteve no HGP com outras autoridades neste sábado (20)
Patricia Lauris/g1 Tocantins
Em meio a uma crise na saúde, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) esteve no Hospital Geral de Palmas na manhã deste sábado (20). Ele visitou as alas de internação onde conversou com pacientes e servidores e afirmou que muitas pessoas que estão internadas poderiam estar nas UPAs.
A crise na saúde começou depois que uma mulher de 41 anos morreu na UPA Sul com suspeita de dengue hemorrádica, depois de tentar três vezes uma transferência para o HGP. Nesta semana o governo chegou a anunciar a criação de uma comissão técnica para atuar diretamente nas Unidades de Pronto Atendimento da capital.
Em um ano 42 pacientes morreram esperando vagas no HGP, maior hospital público do estado. O governador, acompanhado do secretário estadual de saúde Afonso Piva, do promotor Thiago Ribeiro e da senadora Dorinha (União), encontraram alguns pacientes sendo recebidos nos corredores do pronto-socorro e reforçou que a unidade, mesmo com melhorias recebidas recentemente, como aumento de leitos, não comporta a demanda enviada pelo município.
“A gente vê pessoas que às vezes não precisavam vir para cá. Isso sobrecarrega o hospital, a gente vê as pessoas nos corredores. Mas estamos prontos até se tiver que acabar a regulação, nós vamos acabar. Agora, as pessoas vão saber que vai ficar muita gente no corredor. Vimos pessoas raladas e com uma pequena no pé, que tudo tem que ser no hospital de alta e média complexidade”, disse Wanderlei.
Wanderlei Barbosa conversou com pacientes no HGP
Patricia Lautis/g1 Tocantins
O governador também reforçou que Palmas não possui um hospital municipal ou maternidade para atender esse tipo de paciente. “O estado recebe recursos e o município recebe recursos. Então precisa haver esse diálogo. Eu vou propor um encontro com a prefeita para tratar deste assunto.
“Eu não quero tratar de aniversário de cidade, eu não quero tratar de festividade, quero tratar de saúde, das pessoas que estão nos corredores sofrendo e às vezes fica um jogando o problema para o outro”, afirmou, explicando que não deseja o fechamento do sistema de regulação para pacientes de média e alta complexidade.
O governador e o secretário da saúde citaram que não há especialistas como ortopedistas nas UPAs e informou que o estado vai cobrar isso do município. “Isso está no estatuto das UPAs. Precisa ter, precisa ajudar, eu não quero jogar o problema para ninguém, eu tenho a minha responsabilidade e vou arcar com ela e quero essa parceria, da mesma forma que nós tratamos os pacientes no interior do estado, onde municípios pequenos têm hospitais”, disse.
Wanderlei e o secretário de Saúde Afonso Piva conversaram com diretores do HGP
Patricia Lauris/g1 Tocantins
Sobre a decisão que determina que o estado do Tocantins tem até 24 horas para transferir os pacientes internados nas UPAs de Palmas para o HGP, publicada na sexta-feira (19), o governador afirmou que vai cumprir, mas que por não ter estrutura suficiente, voltou a citar que o atendimento poderá ser nos corredores.
“Se a Justiça achar que a regulação tem que ser finalizada, eu acabo a regulação. Se não tiver leito eu coloco nos corredores, vamos fazer o melhor que nós pudermos. Mas querem cobrar resultado de corredores cheios de pacientes se não fazem o dever de casa lá no primeiro atendimento”, alertou, afirmando que o o estado já ofereceu para pagar um aluguel para que Palmas tenha um hospital municipal, mas que o munícipio nunca se manifestou sobre a proposta.
Questionada sobre as declarações durante a visita das autoridades no HGP, a Prefeitura de Palmas informou que é favorável ao diálogo e já solicitou uma conversa com o governador.
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Entenda
A crise no setor de regulação da Secretaria de Estado da Saúde (SES) piorou em novembro de 2021, quando o estado resolveu fechas as portas do HGP por causa da superlotação e implantou um novo sistema de regulação.
Em um ano, 42 pacientes que estavam nas Unidades de Pronto Atendimento de Palmas morreram na fila da regulação esperando por uma vaga no HGP ou outra unidade com estrutura para atender casos mais graves.
O levantamento foi feito pela direção das UPAs e os dados são referentes ao período entre maio do ano passado até o dia 11 deste mês.
Aurilene Lima da Silva, de 41 anos, morreu na UPA Sul na segunda-feira (8)
Divulgação
No início do mês a empregada doméstica Aurilene Lima da Silva, de 41 anos, morreu com suspeita de dengue hemorrágica após ter o pedido de transferência para o HGP negado três vezes.
Desde então, o setor foi alvo de várias polêmicas. Os secretários de saúde do estado e do município chegaram a debater a responsabilidade de cada um em entrevista à TV Anhanguera.
Na última segunda-feira (15), a procuradoria-geral de Justiça do Ministério Público resolveu abrir uma investigação para apurar a responsabilidade criminal pelas mortes dos pacientes. O pedido foi feito pela Defensoria Pública. Uma decisão Justiça determinaram que o estado encontre vagas para os pacientes no máximo 24 horas depois que eles entrarem na fila.
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