Nicarágua envia 12 padres a Roma após conversas com Vaticano

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A Nicarágua enviou 12 padres católicos que haviam sido “processados” no país para Roma na quarta-feira (18), informou o governo. Segundo uma pesquisadora, essa foi a mais recente ação de uma “repressão do governo Daniel Ortega à igreja”.

Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, acusou algumas vezes os líderes da Igreja Católica de tentativas de derrubar seu governo, enquanto as autoridades locais prenderam padres e acusaram alguns de cometer traição, entre outros crimes.

Em uma declaração de duas páginas, o governo disse que o envio dos sacerdotes ocorre após “conversas frutíferas” com as lideranças católicas, incluindo autoridades não identificadas do Vaticano.

O governo nicaraguense não disse explicitamente a razão que justifica essa ação, mas defende que ela auxilia a “garantir e defender a paz” no país.

A conferência dos bispos católicos da Nicarágua não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A pesquisadora nicaraguense exilada Matha Patricia Molina considera haver uma perseguição à Igreja Católica na Nicarágua durante a gestão de Ortega e disse que o envio dos padres a Roma é uma “remoção forçada”.

Molina ainda acusou Ortega de tentar “estrangular e fazer desaparecer” o catolicismo com suas ações. Os 12 padres foram mantidos como prisioneiros, disse, acrescentando que o anúncio da expulsão não deve ser interpretado como um alívio nas relações entre a Nicarágua e o Vaticano.

“A remoção não representa o fim das hostilidades. Os ataques continuarão e, possivelmente, as prisões também”, afirmou.

O bispo Rolando Alvarez, talvez o crítico católico mais proeminente de Ortega, foi condenado neste ano a uma pena de 26 anos de prisão por acusações de traição, mas não estava entre os 12 padres enviados a Roma.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Nicarágua envia 12 padres a Roma após conversas com Vaticano no site CNN Brasil.

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