Em encontro do G7, Lula diz que quer liderar o processo para salvar o planeta e critica a formação de blocos antagônicos

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Presença surpresa no evento que reúne os 7 países mais industrializados do mundo, no Japão, Volodymyr Zelensky discutiu guerra na Ucrânia com aliados. Em encontro do G7, Lula diz que quer liderar o processo para salvar o planeta e critica a formação de blocos antagônicos
O presidente Lula participou de uma solenidade que abre o terceiro dia do encontro dos sete países mais industrializados do mundo no Japão. Os enviados especiais Felipe Santana, Anna Camanducaia e Lucas Louis acompanham a agenda do G7.
O presidente Lula visitou o Memorial da Paz com os líderes dos países convidados e suas esposas – o lugar foi atacado pela bomba atômica em 1945. Durante a semana, representantes dos países do G7 também estiveram lá.
Lula tem mais um dia de agenda cheia. Depois do memorial, ele se encontra com primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e, em seguida, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. Ele também participa de uma sessão conjunta entre os países do G7 e os países convidados que se chama “Rumo a um mundo pacífico, estável e prospero”, em que a guerra na Ucrânia deve ser o tema central.
O dia também tem encontro com o secretário-geral da ONU, o primeiro-ministro do Vietnã e o presidente da União dos Comores.
No segundo dia do G7, o presidente Lula cobrou das nações ricas o financiamento de ações climáticas, criticou a formação de blocos antagônicos e voltou a defender a reforma das Nações Unidas.
No centro de imprensa do G7 ficou claro qual se tornaria a principal notícia do dia. Os jornalistas se aglomeraram para acompanhar a chegada do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à tarde. Ao mesmo tempo, o presidente brasileiro participava de seu primeiro painel do G7, que discutiu cooperação entre os países frente a múltiplas crises. O evento foi fechado à imprensa.
O presidente afirmou que não faz sentido conclamar os países emergentes a contribuir para resolver as “crises múltiplas” sem que suas legítimas preocupações sejam atendidas, e sem que estejam adequadamente representados nos principais órgãos de governança global.
Lula voltou a um tema recorrente: a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com novos membros permanentes. Só assim, segundo Lula, a ONU terá autoridade política e moral para lidar com os conflitos do século XXI.
No fim do painel, o Brasil e outros 14 países assinaram uma carta com propostas para acabar com a fome no mundo.
Quatro pontos defendidos por Lula na cúpula do G7
No segundo painel, Lula discutiu sustentabilidade. O presidente cobrou dos países ricos a promessa de fornecer US$ 100 bilhões ao ano à ação climática, e também disse que nada adianta os países e regiões ricas avançarem na implementação de planos sofisticados de transição se o resto do mundo ficar para trás. O presidente afirmou, ainda, que o Brasil será implacável em seu combate aos crimes ambientais, e que quer liderar o processo que permitirá salvar o planeta.
A agenda do dia também teve uma série de reuniões bilaterais. A primeira foi com o primeiro ministro japonês Fumio Kishida. Foi ele quem convidou Lula para participar do G7. Kishida afirmou que estuda isentar brasileiros de vistos de turismo de curto prazo. No início de maio, o governo brasileiro oficializou medida que volta a exigir visto de japoneses a partir de outubro de 2023.
Logo em seguida, o encontro foi com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, que expressou interesse em ampliar a importação de proteína animal e convidou Lula a visitar seu país.
Uma das reuniões mais esperadas era com o presidente francês, Emmanuel Macron. Em uma rede social, o presidente Lula afirmou que eles falaram sobre “preservação da Amazônia e caminhos para a construção da paz na Ucrânia”; e que estão retomando a amizade e parceria entre nossos países.
A última reunião foi com o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, com quem a conversa também foi dominada pela guerra.
O conselheiro de Segurança Nacional americano disse neste sábado (20) que o presidente Joe Biden quer conversar com o presidente Lula e com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Os dois países adotam postura de neutralidade em relação a guerra na Ucrânia. Jake Sullivan foi perguntando se Biden pressionaria os dois a mudarem essa posição. Sullivan disse que pressionar não é a palavra certa, mas que Biden quer conversar sobre o papel construtivo que os dois países podem exercer para garantir a soberania e integridade territorial da Ucrânia.
Na sexta-feira (19), Zelensky convidou o presidente Lula para uma reunião durante o G7. A informação foi confirmada pela TV Globo. Neste sábado (20), Lula ainda não confirmou se vai se encontrar com Zelensky. Já o presidente ucraniano conversou com o presidente da França e com os primeiros-ministros do Reino Unido, da Itália e Índia.
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A foto oficial deste sábado (20) teve Lula, mas ainda não teve Zelensky, que foi em busca de mais apoio para garantir o fim da guerra.
Poucos lugares poderiam ser tão simbólicos quanto Hiroshima para esse encontro do G7. O castelo é um alerta: construído no século XVI, foi totalmente destruído pela bomba atômica em 1945. Reconstruído, é também um monumento de lembrança dos horrores da guerra. A ideia é que o peso do local inspire os líderes dos países ricos e seus convidados a lutar pela paz.
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