Relatório sobre morte de Marília Mendonça descarta falha mecânica de avião e diz que julgamento do piloto na aproximação para o pouso foi inadequado

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O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos concluiu a apuração sobre o acidente que matou a cantora e outras quatro pessoas. Cenipa conclui apuração sobre acidente que matou Marília Mendonça
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos concluiu a apuração sobre o acidente que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas.
O relatório do Cenipa apontou que não houve falha ou mal funcionamento do avião bimotor. E nem alterações de ordem médica e psicológica, que pudesse afetar o desempenho dos pilotos no voo.
No entanto, o documento aponta que na aproximação para pouso, houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave.
“O julgamento de pilotagem ele está muito relacionado com a ação da tripulação em relação ao voo. No caso ali, os pilotos. Ele tem algumas ações que ele precisa tomar ali, e isso é feito através do julgamento próprio dele, de acordo com a experiência, com os treinamentos e tudo”, diz Kerley Oliveira, professor de Aviação.
O objetivo do relatório do Cenipa não é de apontar culpados, mas elaborar as hipóteses para entender as circunstâncias do que aconteceu e evitar outros acidentes.
A investigação da Aeronáutica foi concluída um ano e meio depois do acidente. Em relação ao aeródromo, onde o avião que levava a cantora Marília Mendonça pousaria, os técnicos da Força Aérea recomendaram a instalação de sinalizadores na linha de distribuição de energia para aumentar a segurança.
O acidente foi no dia 5 de novembro de 2021. Marília Mendonça saiu de Goiânia para dois shows no interior de Minas Gerais, nas cidades de Ouro Branco e Caratinga, onde o avião iria pousar. Mas o avião de pequeno porte atingiu uma linha de distribuição a quase cinco quilômetros da pista e caiu em uma região de cachoeira.
Era um avião bimotor, modelo C-90 King Air, fabricado pela empresa norte-americana Beech Aircraft em 1984, e que pertencia a empresa PEC Táxi Aéreo. Segundo a Agência Nacional de Aviação, estava com a documentação em dia.
Todos os ocupantes do avião morreram, por politraumatismos graves. Além de Marília Mendonça, o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor da cantora Abiciele Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Medeiros Júnior e o copiloto Tarcísio Viana.
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A Polícia Civil de Minas Gerais também investigou o caso e informou, em novembro do ano passado, que o piloto não realizou a manobra padrão no momento do pouso no Aeródromo de Caratinga. Isso fez com que o avião saísse da rota prevista atingindo a linha de distribuição.
A hipótese de o piloto ter sofrido um mal súbito já havia sido descartada pelos investigadores, assim como a possibilidade de ele não ter visto as torres de energia.
O Cenipa apresentou o relatório para representantes das famílias das cinco vítimas. O advogado Robson Cunha diz que a mãe de Marília Mendonça espera que essa análise evite novas tragédias.
“A intenção da Dona Ruth e dos familiares não é apontar culpados. O objetivo de todos, na verdade, é que situações como a que aconteceu com a filha dela sejam evitadas, para que nenhuma família mais passe pela dor e pela perda que eles passaram” diz Robson Cunha, advogado da família de Marília Mendonça.
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