“Não há combate ao crime organizado sem cooperação internacional”, diz diretor da PF à CNN

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse à CNN que a instituição colabora com 195 países em casos de inteligência e que “não há o que se falar em combate ao crime organizado sem cooperação internacional”.

A fala é em relação à operação Trapiche, desta quarta-feira (8), que prendeu dois brasileiros ligados ao grupo radical islâmico Hezbollah e cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em Brasília, Minas Gerais e São Paulo.

Segundo a investigação, o grupo planejava ataques a prédios importantes da comunidade judaica no Brasil e a Divisão de Enfrentamento ao Terrorismo da PF descobriu. A investigação, após iniciada, contou com colaboração de polícias internacionais, como agências dos Estados Unidos e de Israel. Outros países também cooperaram.

A cooperação policial é feita entre polícias de países parceiros diplomaticamente e que trocam informações e dados para auxiliar nas investigações em andamento ou também já fechadas.

“Nosso papel é fazer isso. Temos sempre notícia de fato. E nós não vamos nos furtar de atuar. Nós temos adidâncias em 20 países e colaboramos com a Interpol em 195 países. São ações rotineiras as cooperações e trocas de informações. Não há como se falar em combater crime organizado sem cooperação internacional. Nessa ação, houve colaboração de vários países”, comentou o delegado à reportagem.

Investigação avança

Em depoimento à PF, um investigado nessa rede de planos de ataques terroristas confirmou aos investigadores que foi recrutado pelo grupo radical Hezbollah, segundo apurou a reportagem. A PF passa a apurar a ligação desse, que teve mandado de busca e apreensão em casa, com os outros alvos.

A CNN apurou que novos depoimentos serão colhidos e que a investigação continua para desbaratar a rede brasileira com ligação com o Hezbollah.

“A inteligência é a nossa essência [PF]. Fazer investigação de crime em busca da verdade, a circunstância dos delitos. Fazemos isso todos os dias, com ferramentas e técnicas”, completou Andrei Rodrigues.

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