Santiago Andrade: defesa e acusação irão recorrer da decisão da Justiça

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O Mistério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que vai recorrer da absolvição de Fabio Raposo Barbosa, em julgamento do caso Santiago Andrade, que terminou na madrugada desta quarta-feira (13).

Em 2014, o repórter cinematográfico foi escalado pela Rede Bandeirantes, empresa em que trabalhava na época, para cobrir uma manifestação no centro do Rio de Janeiro. Durante a jornada, ele foi atingido por um rojão na cabeça e não resistiu.

Fabio havia sido denunciado por homicídio doloso qualificado, por emprego de explosivo, mesma acusação indicada para o outro réu, Caio Silva de Souza. De acordo com a denúncia do MP, Fabio teria encontrado o artefato durante uma manifestação no centro da capital fluminense mas não teria sido responsável pela detonação do explosivo.

A absolvição também desagradou a família do repórter cinematográfico.

“A absolvição do Fabio, é claro, a gente ficou absolutamente insatisfeito com essa absolvição e vai ser interposto um recurso. É algo que haverá recurso para que haja um novo júri. As provas de que ele concorreu com o crime eram muito robustas. Inclusive o próprio Caio, no depoimento dele, diz que havia uma intenção do Fabio de acender o Rojão, ele pede um isqueiro. Então, não é razoável, e isso está totalmente contrário ao que está no processo, essa absorção, então haverá recurso”, explicou a advogada Carolina Heringer.

O outro réu

Já sobre Caio, outro réu, condenado 12 anos de prisão, inicialmente em regime fechado, por lesão corporal seguida de morte, não haverá recurso por parte do MP, “por ser adequada a pena imposta a ele”, disse em nota.

Já a advogada da família Andrade ainda estuda o que fazer.

“O Caio não teve uma pena, a condenação não foi nos termos de que a gente esperava, mas consideramos que foi uma vitória parcial, porque pegou uma pena acima do que a gente imaginava, se o crime fosse desclassificado, como ocorreu. Então a gente considera que sim, houve uma vitória parcial e a gente precisa analisar as consequências do recurso e as possibilidades em relação ao Caio”, disse.

Durante o julgamento, os jurados, cinco homens e duas mulheres, concluíram que não existiu o dolo eventual, ou seja, que os acusados não assumiram o risco de matar. Isso levou à desclassificação do crime denunciado pelo MP.

A tese dos advogados da família de Santiago era de que, a partir do momento em que se acende um rojão no meio de uma multidão de pessoas, o acusado assume o risco de machucar ou até matar. A pena por homicídio poderia chegar a 30 anos de prisão.

“A família esperava que os dois tivessem sido condenados e condenados no homicídio doloso. A gente considera que havia provas suficientes de que os dois tinham consciência, sabiam, conseguiram prever aquilo que poderia acontecer. E mesmo assim eles continuaram, deram seguimento à conduta deles e não se importaram com o que poderia acontecer, que seria ferir ou matar alguém”, disse Henringer.

Defesa dos réus

Caio poderá recorrer da decisão em liberdade. A defesa dele, assinada pelos advogados Antonio Melchior, Leonardo Rivera e Rodrigo Faucz, confirmou que entrará com o recurso sob a justificativa de que a pena de 12 anos “desbordou as normas legais em uma tentativa de dar uma resposta para a família”.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Santiago Andrade: defesa e acusação irão recorrer da decisão da Justiça no site CNN Brasil.

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