Eleições na Turquia: com 2º turno inédito, país tem ‘última chance’ de reverter autoritarismo

Com Erdogan há duas décadas no poder, Turquia enfrenta eleições de segundo turno para presidente pela primeira vez. A Turquia oficializou, nesta segunda (15), o segundo turno de suas eleição presidencial mais acirrada de sua história. O atual presidente Recep Tayyip Erdogan, no poder desde 2003, e o líder da oposição, Kemal Kilicdaroglu, disputam a liderança do país, que vive uma brutal crise econômica agravada pelo terremoto de proporções devastadoras em fevereiro deste ano.
“É a primeira vez que a Turquia enfrenta eleições de segundo turno para presidente, o que mostra a força ‘magistral’ da oposição a Erdogan”. É como avalia a pesquisadora Marina Slhessarenko Barreto, coautora do livro “O caminho da autocracia: estratégias de erosão democrática”.
Segundo Marina, Erdogan disputa uma segunda etapa a despeito de esforços como:
o aumento do salário de servidores públicos em 45% a cinco dias do primeiro turno;
uma campanha de 32 horas de permanência na rádio e TV, contra 32 minutos do oponente;
fake news supostamente financiadas pela Rússia.
Montagem mostra Recep Tayyip Erdogan e Kemal Kilicdaroglu em campanha na Turquia
Reuters
Kilicdaroglu, adversário de Erdogan, tem a seu favor uma aliança de cinco partidos, além do apoio dos prefeitos de Ancara e de Istambul, duas das cidades mais importantes do país.
Já Erdogan chegou ao poder como primeiro-ministro e ficou 11 anos no cargo para depois se tornar presidente por voto direto em 2014.
“Por isso que a gente tá falando de uma eleição tão crucial, e tantos comentaristas políticos e acadêmicos têm falado que é é a última chance da Turquia reverter o seu processo de autocratização”, explica Marina em entrevista a Natuza Nery.
Ouça a entrevista completa no podcast O Assunto.
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