“Não vamos aceitar”, diz Paes sobre cobrança de criminosos para liberar obras no Rio

“nao-vamos-aceitar”,-diz-paes-sobre-cobranca-de-criminosos-para-liberar-obras-no-rio

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou que vai seguir fazendo denúncias e não vai aceitar a atuação de organizações criminosas que cobram dinheiro de empreiteiras para liberar obras na cidade.

“O território da cidade é do cidadão de bem, e a única força que existe é a força do Estado. Não pode ter nenhum grupelho de ‘vagabundos’ achando que vai impor sua força, a sua lei e as suas regras em qualquer área do território da cidade, seja ele miliciano ou traficante”, declarou o prefeito após agenda na zona oeste do Rio, na manhã desta quarta-feira (10).

Na terça (9), Paes usou as redes sociais para denunciar que bandidos teriam pedido R$ 500 mil diretamente à empreiteira responsável pela construção do Parque Piedade, na zona norte da capital fluminense, como condição para que as obras continuassem. O valor total da obra é de R$ 65 milhões.

Na publicação, o prefeito carioca pede ajuda à Polícia Federal e ao ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, que também usou as redes sociais para responder. “Temos recebido relatos iguais de outros prefeitos do Rio, infelizmente. O crime organizado destrói a economia e o desenvolvimento. A empreiteira não pode pagar nada, é inaceitável este estado paralelo. Vamos para cima destes bandidos”, afirmou Cappelli.

Ainda durante a agenda de hoje, Paes elogiou a atuação do Ministério da Justiça e da Polícia Federal. “Temos as ações das forças de segurança estaduais, que aliás foram muito bem agora no Réveillon, mas temos uma novidade, que é a Polícia Federal agindo contra o crime organizado, isso não é algo que a gente via há muito pouco tempo atrás”, disse.

Questionado por mais informações sobre qual era a organização criminosa que fez a cobrança, o prefeito afirmou não saber, disse que a denúncia já foi formalizada à Polícia Federal e frisou que cabe à PF investigar o caso.

“Não vamos aceitar isso, mas aí é papel da polícia justamente investigar. A Prefeitura não dispõe de instrumentos pra fazer essa investigação. Esse é um trabalho que compete à Polícia Civil e à Polícia Federal”, concluiu.

Operação Dinastia

No mês passado, investigações da operação Dinastia II, realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Rio nesta terça-feira (19), mostraram que a milícia chefiada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, cobrava taxas do setor da construção civil. Grandes empreiteiras eram obrigadas a pagar por obras em andamento e até mesmo por obras da prefeitura do Rio.

Segundo o MP, as cobranças eram mensalmente planilhadas e, somente em fevereiro de 2023, o grupo criminoso teria arrecadado mais de R$ 308 mil com a cobrança das taxas. Com o intuito de ocultar e dissimular a natureza, origem e a localização do dinheiro ilícito, os criminosos usavam várias contas para recebimento e circulação dos valores obtidos por meio de extorsões.

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Não vamos aceitar”, diz Paes sobre cobrança de criminosos para liberar obras no Rio no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.