Vinicius Jr. sofreu insultos racistas em mais da metade dos jogos fora do Real Madrid

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A criminosa relação do futebol espanhol com o brasileiro Vinicius Júnior parece ter chegado ao teto. Depois de mais um episódio envolvendo insultos racistas, o atacante brasileiro parece estar disposto e dar um basta, ao menos, em sua participação no futebol espanhol.

Vinícius Júnior

Vinícius Júnior no Real Madrid; jogador pode estar de saída do clube merengue – Foto: RMCF/Divulgação/ND

O atacante, depois do fato registrado nesse final de semana, duelo do Real Madrid contra o Valência, no estádio Mestalla, em Valência (ESP), usou seu perfil em uma rede social para condenar a prática.

Mais que isso, o jogador enumerou as vezes em que foi alvo de criminosos insultos só nesta temporada. Em um texto, lembrou ainda das vezes que foi ameaçado até de morte a partir de um “boneco” que apareceu enforcado e com a camiseta em alusão ao jogador.

“A cada rodada fora de casa uma surpresa desagradável. E foram muitas nessa temporada. Desejos de morte, boneco enforcado, muitos gritos criminosos… Tudo registrado…”, abordou o atacante brasileiro.

O tom adotado pelo jogador, ao enumerar esses episódios, dá a ideia de término da paciência com toda a estrutura do futebol espanhol, desde a federação espanhola, aos clubes envolvidos e, de maneira velada, até a direção do Real Madrid que, na maior parte das vezes, adotou o silêncio.

9 denúncias só nessa temporada

Segundo o próprio jogador, em manifestos recentes, foram nove denúncias de racismo envolvendo Vini Júnior. Se levar em conta os episódios

A conta, inclusive, serve para o atleta corroborar sua tese de que não são “casos isolados”. Como todos os casos registrados foram como visitante (o jogador fez 17 partidas longe de casa), são mais de 53% das vezes de insultos.

O presidente da liga espanhola (La Liga) voltou a se manifestar e afirmar que são “episódios isolados”. O jogador, em sua publicação, bate nessa tecla ao citar que “o discurso sempre cai em ‘casos isolados’, ‘um torcedor’”.

O jogador prossegue ainda e lembra que são “episódios contínuos espalhados por várias cidades da Espanha”.

Confira, na íntegra, o post de Vini Júnior

 

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Real Madrid

A direção do Real Madrid se manifestou, nessa segunda-feira (22), a fim de criticar os ataques sofridos pelo destaque brasileiro. O Real, inclusive, acionou a Procuradoria-Geral da Espanha, além de jogar uma espécie de “culpa” para o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, pela recorrência nas ofensas. O clube ainda alega que a falta de punição estimulou os ataques.

“Estamos surpresos com as declarações do presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, porque sendo o maior responsável do futebol espanhol e da área de arbitragem, permitiu que não fossem tomadas medidas contundentes, de acordo com os protocolos da Fifa, para evitar a situação a que se chega A imagem do nosso futebol está seriamente danificada e deteriorada aos olhos de todo o mundo”, disse o Real Madrid.

O clube ainda lembrou uma postura do presidente da competição, ao final do jogo, onde ele minimizou a conduta dos torcedores e culpou Vini Jr. por “não comparecer a reuniões que tratariam do assunto”. O atacante brasileiro desabafou nas redes sociais e também respondeu Tebas.

Repercussão

O presidente da Fifa (Federação Internacional de Futebol), Gianni Infantino, expressou sua “total solidariedade” ao brasileiro, nesta segunda-feira.

Em comunicado publicado via redes sociais, o suíço repudiou o novo episódio de racismo sofrido pelo atacante do Real Madrid, onde parte da torcida presente no estádio Mestalla chamou atacante de “macaco” durante a partida.

“Toda a nossa solidariedade com Vinícius. Não há lugar para racismo no futebol ou na sociedade e a Fifa apoia todos os jogadores que o sofreram em sua própria carne”. No texto, escrito em inglês e em espanhol, Infatino disse ainda que “os acontecimentos ocorridos durante o jogo entre Valência e Real Madrid mostram o quão crucial é esta luta”, acrescentou.

O presidente ainda recordou os “três passos” recomendados pela Fifa quando ocorre um ataque verbal racista acontece.

“Primeiramente, o jogo é interrompido e é anunciado. Em segundo lugar, os jogadores saem do campo de jogo e o locutor diz que se os ataques continuarem, o jogo será interrompido. O jogo é reiniciado e, em terceiro lugar, se os ataques continuarem, o jogo vai parar e os três pontos vão para o adversário”, disse.

Futuro?

Com mensagens que indicam até uma possível saída do País, e consequentemente do Real Madrid, o futuro do atacante passa a ser uma incógnita a partir do momento vivido.

Além de deixar a possibilidade da saída em aberto ao longo das suas últimas manifestações, clubes ao redor do mundo já monitoram a situação.

De acordo com a ESPN, por exemplo, Paris Saint-Germain, que está em processo de reformulação do elenco, além do Manchester United seriam alguns dos interessados.

 

 

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