Operação inicia retirada de mais de 1.600 invasores que ocupam terra indígena alto rio Guamá, no Pará

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Região concentra 45 aldeias, diferenciadas entre três etnias e é uma das mais desmatadas do país. Operação inicia retirada de mais de 1.600 invasores que ocupam terra indígena alto rio Guamá, no Pará
Reprodução
O governo federal iniciou uma força-tarefa para a retirada de mais de mil e seiscentos invasores que ocupam ilegalmente a terra indígena alto rio Guamá, localidade com mais de 280 mil hectares que passa por três municípios paraenses, na região nordeste do estado.
Na região vivem cerca de dois mil e quinhentos indígenas, de 45 aldeias, diferenciados entre três etnias que sofrem com o uso indevido dos invasores que desmatam as terras, utilizam o espaço para a criação de gado e produção de carvão.
Equipes da Polícia Federal, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Força Nacional cumprem um sentença da justiça que foi emitida há quase 10 anos. Na época era estimado cerca de mil e seiscentos não-indígenas que habitavam na região, atualmente já devem contabilizar um número bem maior.
O prazo determinado para os invasores saírem se encerra no fim do mês de maio. O coordenador da operação, Nilton Tubino detalhou que no momento o serviço está sendo pacifico e que estão realizando o trabalho conforme o período previsto.
A terra indígena alto rio Guamá é uma região homologada pelo estado, sendo proibido por lei a presença de não-indígenas. O cumprimento da sentença judicial é uma reivindicação antiga que perpassa mais de 30 anos.
“Mesmo a Polícia estando dentro da área indígena retirando o pessoal, ainda existe pessoas que retiram madeira da região”, afirmou o cacique Naldo.
Força-tarefa faz operação para retirar 1.600 invasores de terra indígena Alto Rio Guamá
Nos últimos oito anos, a polícia federal fez oito operações para combater crimes ambientais na área, confirmando que a terra indígena alto rio Guamá é uma das mais desmatadas do país. As atividades ilegais se concentram mais no interior da floresta onde é mais difícil chegar pela estrada.
Somente no mês de maio foram apreendidos cerca de 30 toneladas de madeira na região. Parte do material retirado irregularmente também abastece carvoarias em áreas de acesso à reserva ambiental. No local, os invasores costumam criar gado, o que é proibido por lei e chegaram a construir uma escola para crianças não-indígenas.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária também participa da operação, tendo realizado o cadastro de mais de 300 não-indígenas, afim de saber quem pode se beneficiar de programas sociais.
Segundo o governo, as equipes devem permanecer na terra indígena após a retirada dos invasores, pelo menos até o mês de agosto.
“A luta do meu povo que sempre foi pra reconquistar esse território , a gente vê assim com muita satisfação e muito orgulho e pra garantir esse território pra nossas crianças, que são o nosso futuro de amanhã” finalizou o Cacique Camiran Tembé.
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