‘Briga de polvos’ é flagrada em Fernando de Noronha e pesquisadores comemoram registro; VÍDEO


Imagem foi feita pelo condutor Luís Felipe Bortolon. Registro ajuda pesquisadores a analisar comportamento dos polvos na ilha. Vídeo flagra ‘briga de polvos’ em Fernando de Noronha
O condutor de visitantes Luís Felipe Bortolon, que também é biólogo, fez um registro inusitado na Praia do Leão, em Fernando de Noronha. Na imagem, dois polvos se abraçam em uma piscina natural. O que aparentava ser uma cena de amor, na verdade, era uma briga, que teve turistas e os outros peixes como “testemunhas” (veja vídeo acima).
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“Passei pela piscina na Praia do Leão quando percebemos a presença de um polvo. Logo em seguida, ele começou a sair para a areia, aí teve aquela confusão. O primeiro polvo estava com duas conchas”, contou Bortolon.
A professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Tatiana Silva Leite, que realiza pesquisa sobre os polvos em Fernando de Noronha há mais de 20 anos, disse que o registro não é comum, e esclareceu do que se trata do comportamento dos animais.
“Esse é um lindo registro. O vídeo é, claramente, um comportamento agonístico, briga mesmo por comida e território. Conseguimos reconhecer pela postura, onde o maior fica em cima do menor, com cores mais fortes de dominância e tentando esmagar a cabeça e prejudicar a respiração”, explicou a pesquisadora.
A espécie envolvida na briga da imagem é o Octopus insularis.
“O polvo maior tenta injetar um veneno no polvo menor, que é usado para matar as presas ou imobilizar. Ele injeta por uma estrutura chamada rábula, que fica dentro do bico por onde ele se alimenta”, disse a especialista.
A professora da UFSC falou, ainda, que na sequência que o polvo menor consegue sair de baixo do maior, muda de cor e larga as conchas que estava comendo. O animal maior pega as conchas para levar para toca protegida.
Tatiana Leite também achou positivo o registro, que foi incluído no projeto Ciência Cidadã. “É importante ter cientistas cidadãos na pesquisa. Ter um vídeo como esse é um excelente meio de pesquisa”, comemorou a professora.
Segundo pesquisadores os polvos brigaram por conchas
Luís Felipe Bortolon/Reprodução
Pesquisa
A professora Tatiana Leite faz parte de um grupo de pesquisadores brasileiros que estudam em Fernando de Noronha a teoria que os polvos são seres sencientes – isto é, são capazes de ter sensações e emoções.
Avaliações feitas na Inglaterra , em laboratórios, indicaram que os polvos são capazes ter “sentimentos”. Os estudiosos brasileiros observaram os animais em Noronha, ambiente natural que ajuda a entender melhor as espécies para comprovar a teoria.
Inicialmente, os estudiosos achavam que os animais invertebrados, como os polvos, não tinham a capacidade de sentir dores e guardar memória, mas as pesquisas têm indicado o contrário, inclusive nos estudos em Fernando de Noronha.
Os estudos indicam que o polvo muda de cor, conforme os sentimentos.
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