Florianópolis terá organizações sociais gerenciando as três UPAs e a Sul vai mudar de endereço

Florianópolis terá mudanças significativas na área da Saúde. A partir de 2024 as três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade serão gerenciadas por OSs (Organizações Sociais). A mudança impacta as UPAs Sul e Norte, pois a do Continente já opera neste modelo desde 2019 e, conforme o Executivo municipal, custando 37% do valor das outras.

Novo complexo será inaugurado no final de 2023 – Foto: Divulgação/ND

A primeira a mudar será a UPA Norte, com previsão de lançamento do edital nas próximas semanas. Já o Sul da Ilha precisa aguardar a reforma no antigo aeroporto, até o fim do ano, que será transformado num complexo hospitalar e vai abranger a estrutura da UPA Sul.

O prédio atual desta UPA não terá mais serviços de saúde e a prefeitura ainda analisa a destinação. Com a mudança, a prefeitura estima economizar R$ 13 milhões por ano na operação de cada UPA.

A fim de apresentar as mudanças, o prefeito Topázio Neto (PSD) e a secretária municipal de Saúde, Cristina Pauluci, visitaram a sede do Grupo ND na segunda-feira (22).

A apresentação conduzida pela secretária começou detalhando a estrutura do Hospital Dia em Florianópolis, que será instalado no antigo aeroporto Hercílio Luz, no bairro Carianos, após um investimento de R$ 45 milhões, sendo R$ 35 milhões para a reforma e R$ 10 milhões para equipar o hospital.

O prefeito Topázio e os secretários Cristina (Saúde) e Bruno (Comunicação) – Foto: Leo Munhoz/ND

Além do Hospital Dia, com centro de diagnóstico e atenção especializada para realizar cirurgias eletivas, o novo complexo de 12 mil m² abrigará a UPA Sul, policlínica, Caps (Centro de Atenção Psicossocial) 24h, centro de atendimento à mulher vítima de violência física e sexual, central de material esterilizado, escola pública de saúde e centro oftalmológico. “Nesta lógica, juntando as peças como estamos, não tem nada igual no Brasil”, diz a secretária.

Redução no tempo de espera para cirurgias de baixa complexidade

Segundo a secretária de Saúde, sendo otimista, no modelo atual, um paciente que precisa de cirurgia leva 365 dias. Com o Hospital Dia, a expectativa mais pessimista é de que a espera leve 45 dias.

“As cirurgias serão para pacientes de baixa complexidade. Atenderemos pacientes de risco cirúrgico 1 e 2, deixando para o Estado os mais complexos. A baixa complexidade representa, hoje, 60% da fila e a ideia é desafogar os hospitais estaduais”, afirmou Cristina.

Os R$ 35 milhões para transformar o antigo aeroporto no complexo serão diluídos em aluguéis num contrato de dez anos, totalizando cerca de R$ 340 mil por mês.

A prefeitura calcula que, ao todo, considerando o aluguel, o complexo vai demandar R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões por mês à prefeitura. Para tanto, a prefeitura vai atrás de financiamento no governo do Estado e Ministério da Saúde.

Dos R$ 10 milhões para equipar o hospital, o poder público sinaliza que obterá boa parte junto ao Ministério Público e outros órgãos. A prefeitura conta ainda com uma emenda parlamentar de R$ 4 milhões.

Como o complexo vai trazer mais movimento para a região, a prefeitura vai incluir novas linhas de ônibus, inclusive uma saindo do terminal central até o complexo.

Organizações sociais nas três UPAs

Após quatro anos de operação de uma organização social na UPA Continente, Florianópolis decidiu implementar o modelo também no Norte e no Sul. Para a secretaria, a mudança trará, principalmente, mais flexibilidade para contratação de profissionais, novas compras e contratação de serviços.

“Recentemente, na dengue, quando precisei reforçar a equipe, foi possível fazer com mais rapidez na UPA Continente do que nas outras, pela lógica de contratação”, afirma a secretária Cristina.

A operação com OS também gera economia para o município. A UPA Continente tem aproximadamente 37% do custo quando comparada às do Norte e do Sul da cidade.

Um enfermeiro de 40h, no início de carreira, por exemplo, tem salário de R$ 12.300 se contratado pela prefeitura. No setor privado, o valor é de R$ 6.600.

“A UPA Continente, lá atrás, começou a operar 100% com uma organização social. A ideia para a UPA Norte e Sul é que todo servidor que atua hoje possa continuar, por isso o modelo será híbrido. Eles poderão permanecer e a gente vai descontar o valor dos servidores cedidos nos novos contratos com as organizações sociais”, explica Cristina.

Em relação ao prédio da UPA Sul, no Rio Tavares, a prefeitura ainda analisa o que será feito. “Estamos vendo se o Estado quer colocar uma estrutura de segurança pública ali. Para reformar custaria cerca de R$ 17 milhões, praticamente uma UPA nova. É mais racional transferir para o complexo do Hospital Dia. Assim que começar a funcionar o Hospital Dia, faremos a transferência da UPA”, diz Topázio.

Outra novidade será no Alô Saúde, em que a prefeitura vai abrir processo para contratar médicos que farão teleconsultas. Hoje, o sistema oferece atendimento remoto com técnicos em enfermagem e enfermeiros.

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