Israel foca em ataques no sul de Gaza antes de decisão de Tribunal Internacional

A Corte Internacional de Justiça decidirá nesta sexta-feira (26) se deve ordenar a Israel que suspenda a sua campanha militar em Gaza, enquanto as autoridades avançam com os esforços para negociar um novo acordo para um cessar-fogo e a libertação de mais reféns israelenses.

No terreno, os militares israelenses disseram na sexta-feira que ainda estavam envolvidos em “batalhas intensas no coração de Khan Younis”, a principal cidade no sul do enclave, com forças atacando dezenas de combatentes e infraestrutura do Hamas por via aérea e terrestre. As forças também dispararam contra alvos do Hamas no norte de Gaza e ao longo da costa da Faixa.

Autoridades de Gaza disseram na quinta-feira (25) que os ataques israelenses mataram 20 palestinos que faziam fila para receber ajuda alimentar na Cidade de Gaza, 11 pessoas no campo de refugiados de Al-Nusseirat, no centro de Gaza, e pelo menos 50 pessoas nas 24 horas anteriores em Khan Younis, onde Israel está atualmente concentrando suas forças.

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A Reuters não conseguiu verificar os detalhes de forma independente, enquanto Israel disse que estava analisando os relatórios ou não comentou imediatamente os incidentes.

Os juízes do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), também denominado Tribunal Mundial, deverão decidir nesta sexta-feira (26) sobre o pedido da África do Sul de medidas de emergência contra Israel num caso que o acusa de genocídio liderado pelo Estado na Faixa de Gaza.

Em mais de três meses de guerra, a campanha de Israel arrasou grande parte do enclave, deslocou cerca de 1,9 milhões de palestinos e matou pelo menos 25.900 pessoas, segundo autoridades ​​de Gaza. Israel lançou a sua ofensiva em outubro, depois de combatentes do Hamas, que governa Gaza, invadirem o sul de Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo 240 reféns.

O tribunal emitirá sua decisão em uma audiência que deverá durar cerca de uma hora. Embora os juízes não se pronunciem sobre o mérito das alegações de genocídio, que podem levar anos a decidir, a África do Sul pediu ao tribunal que emitisse uma ordem provisória obrigando Israel a suspender as suas operações militares.

Israel classificou as alegações da África do Sul como falsas e “grosseiramente distorcidas” e disse que faz todos os esforços para evitar vítimas civis em Gaza.

As decisões do tribunal são definitivas e inapeláveis, mas não há forma de as executar. Israel expressou na quinta-feira (25) confiança de que a CIJ “rejeitaria essas acusações espúrias e enganosas”. O Hamas disse que cumpriria a ordem de cessar-fogo da CIJ se Israel retribuísse.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Israel foca em ataques no sul de Gaza antes de decisão de Tribunal Internacional no site CNN Brasil.

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