Jornalistas são detidos em Moscou durante protestos de mulheres de soldados russos

Cerca de 20 jornalistas foram detidos pela polícia no centro de Moscou por várias horas no sábado (3), em uma manifestação de esposas de soldados russos pedindo que seus homens retornassem da frente de batalha na Ucrânia, disse uma testemunha da Reuters.

Os jornalistas, incluindo um repórter de vídeo da Reuters, que estavam cobrindo o protesto, filmaram as mulheres colocando cravos vermelhos no túmulo do soldado desconhecido, à sombra das muralhas do Kremlin, no centro de Moscou.

A polícia russa colocou cerca de 20 jornalistas homens, muitos deles vestindo coletes de imprensa, em um ônibus e os levou para uma delegacia de polícia. Eles foram liberados algumas horas depois sem nenhuma acusação.

A polícia de Moscou não respondeu a um pedido de comentário.

“Um jornalista da Reuters foi detido enquanto cobria uma matéria em Moscou, na Rússia, hoje, e liberado após várias horas”, disse um porta-voz da Reuters em um comunicado enviado por e-mail.

“Os jornalistas devem ser livres para reportar as notícias sem medo de assédio ou danos, onde quer que estejam. Temos o compromisso de cobrir os eventos mundiais de forma independente, imparcial e confiável, de acordo com os Princípios de Confiança da Thomson Reuters”, acrescentou o comunicado.

A Agence France-Presse informou que um de seus jornalistas de vídeo havia sido detido e posteriormente liberado.

A AFP não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A OVD-Info, que informa sobre a liberdade de reunião na Rússia, disse que pelo menos 27 pessoas foram detidas. A maioria dos detidos eram jornalistas, segundo a organização.

Além disso, várias pessoas também foram detidas em outros locais no centro de Moscou, também protestando contra a mobilização, disse o OVD-Info.

Um movimento crescente de mulheres russas está exigindo o retorno da frente de batalha de seus maridos, filhos e irmãos que foram mobilizados após um decreto do presidente Vladimir Putin em setembro de 2022.

O gabinete do promotor de Moscou disse que a manifestação de sábado não foi coordenada com as autoridades, emitindo um aviso sobre a convocação e participação em eventos de massa não autorizados.

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