Homofobia em padaria: Polícia investiga preconceito ocorrido no centro de São Paulo

Nas redes sociais, viralizou um vídeo que registra uma confusão em uma padaria, no centro de São Paulo. Uma mulher grita ofensas homofóbicas e agride um casal de homens que chegava no estabelecimento após uma festa. O caso aconteceu na madrugada de sábado (3) e é investigado pela Polícia Civil como “preconceito de raça ou cor” e “lesão corporal” e foi solicitado exame de corpo de delito às vítimas.

Em entrevista à CNN, uma das vítimas, Rafael Gonzaga, conta que viveu um pesadelo. “Ninguém merece passar por uma situação dessa. Ninguém merece viver o que a gente viveu. Eu estava feliz, só querendo descansar e eu cheguei em casa com o rosto ensanguentado”, relata.

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Rafael conta que a confusão começou com uma tentativa de estacionar o carro no estabelecimento. Os homens aguardavam o desembarque de passageiros: um homem e duas mulheres, para adentrar a vaga. A vítima conta que a suposta agressora cruzou os braços no local da vaga e, neste momento, foi retirada pelo homem que a acompanhava para o lado do veículo.

A mulher novamente voltou para frente do carro e empurrou o retrovisor do veículo da vítima e disse: “É só você fechar essa me*** que consegue estacionar”. Após ser contida pelo homem que a acompanhava, ela passou a gritar frases homofóbicas.

A suposta agressora atirou em um cone de trânsito em direção ao casal e o comportamento violento se estendeu para dentro da padaria. “Ela veio para cima da gente com uma série de ofensas, de baixo calão e cunho homofóbico”, afirma Rafael. As vítimas relatam chutes e tapas por parte da suposta agressora, que não teve a identificação divulgada pela polícia.

No boletim de ocorrência, as vítimas relatam que a mulher disse: “Sou homofóbica mesmo, sou da família tradicional, eu tive educação não sou igual aí”, ao agredir o rosto da vítima Adrian com a unha, e com um soco no rosto de Rafael.

Já no exterior da padaria a autora dos ataques ainda teria dito: “Eu tenho uma arma no carro e eu vou resolver essa situação…”. A polícia foi acionada pelos homens, mas não realizou prisão em flagrante.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a equipe policial registrou uma notificação de ocorrência, com as versões dos envolvidos, para encaminhamento à delegacia e orientou as vítimas sobre prazo para representação criminal, conforme a Lei 13.964/19.

A ocorrência está sendo investigada na Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância (Decradi).

Em nota, a padaria Iracema informou que lamenta profundamente o acontecido no estabelecimento e repudia veementemente qualquer forma de discriminação e desrespeito. “Informamos que estamos à disposição das autoridades policiais para quaisquer informações e ou depoimentos e que qualquer tipo de intolerância não será aceita em nossas dependências.”

*Sob supervisão de André Rigue

Este conteúdo foi originalmente publicado em Homofobia em padaria: Polícia investiga preconceito ocorrido no centro de São Paulo no site CNN Brasil.

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