Deputados de Milei fazem projeto de lei para revogar legalização do aborto na Argentina

Deputados do partido A Liberdade Avança, do presidente argentino Javier Milei, enviaram ao Congresso um projeto de lei para que o aborto volte a ser proibido no país.

O texto, enviado para a Câmara dos Deputados na última segunda-feira (5), pede a revogação da legalização da interrupção voluntária da gravidez, aprovada em 2020.

O projeto dos deputados governistas estabelece pena de um a três anos de prisão para mulheres que abortarem. A tentativa, segundo o texto, não seria criminalizada, e o Judiciário poderia decidir que as gestantes sejam liberadas das penas de acordo com os motivos que a levaram a abortar.

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Quem realizar abortos com o consentimento da gestante estaria passível a penas de um a seis anos de prisão.

E médicos, cirurgiões, parteiras ou farmacêuticos “que abusarem de sua ciência ou arte para causar o aborto e cooperarem para causá-lo” não poderão atuar pelo dobro do tempo da pena.

O texto, assinado pela deputada Rocío Bonacci, e apoiado pelos legisladores Beltrán Benedit, María Fernanda Araújo, Lilia Lemoine, Manuel Quintar e Oscar Zago, visa descriminalizar o aborto para “evitar um perigo iminente para a vida da mãe, desde que o perigo não possa ser evitado por outros meios”.

Aborto legalizado na Argentina

Na Argentina, mulheres podem abortar até a 14⁠ª semana de gestação, sem que seja necessário explicar o motivo da decisão. A interrupção também é permitida em caso de estrupo ou de risco para a vida ou para a saúde da mulher.

A lei, aprovada em dezembro de 2020 e que entrou em vigor no ano seguinte, foi aprovada por 131 votos a favor, 117 contrários e 6 abstenções na Câmara de Deputados e 38 a favor, 29 contrários e 1 abstenção no Senado.

Dois anos antes, outro projeto de lei que permitia a interrupção voluntária da gestação foi aprovada pela Câmara, mas acabou barrada pelos senadores.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Deputados de Milei fazem projeto de lei para revogar legalização do aborto na Argentina no site CNN Brasil.

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