Cobrado por juros em almoço com políticos e empresários, Roberto Campos Neto pede paciência

cobrado-por-juros-em-almoco-com-politicos-e-empresarios,-roberto-campos-neto-pede-paciencia

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi cobrado a reduzir a taxa de juros durante almoço na residência oficial da Presidência do Senado do qual participaram políticos e empresários. Em resposta, ele pediu paciência e disse que está sendo construído um ambiente para redução dos juros, mas não deu prazos.
O almoço contou com a presença dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do secretário-executivo Gabriel Galípolo, além de empresários como o presidente da Fiesp, Josué Gomes de Almeida, Flávio Rocha (Grupo Riachuelo), Benjamin Steinbruch (CSN), Isaac Sidney, presidente da Febraban, entre outros.
O primeiro a falar foi Rodrigo Pacheco, que mais uma vez defendeu a necessidade de redução da taxa de juros, como havia feito em evento em Londres do qual também participou Roberto Campos Neto.
Arthur Lira, que tem boa interlocução bom o presidente do BC, também falou, defendeu a redução dos juros e avaliou que o novo marco fiscal pode ser aprovado na Câmara dos Deputados nesta semana, abrindo caminho para queda da taxa Selic.
Leia também:
Pacheco diz que juros a 13,75% inibem ações de governo e queda não pode depender de reformas
Por que os bancos brasileiros resistem melhor às altas de juros do que os americanos?
Queda na estimativa de inflação de 2023 se deve a combustíveis, mas previsões para próximos anos seguem persistentes, avalia BC
Os empresários também falaram. Segundo os presentes, todos falaram em tom tranquilo, sem cobranças exaltadas, mas reclamaram da taxa de juros de 13,75%.
O argumento unânime foi de que, com uma taxa neste patamar, aplicar o dinheiro no mercado financeiro é mais rentável do que investir no setor produtivo neste momento.
Ambiente em construção
Roberto Campos Neto respondeu no seu tom usual, de forma tranquila, pedindo “paciência”, palavra que vem sendo usada nos comunicados do Comitê de Política Monetária.
Ele afirmou que as condições da economia brasileira estão melhorando, com uma queda da inflação, mas ainda num ritmo mais lento do que o desejável. E que o ambiente está ficando mais propício para uma queda da taxa de juros, citando a possível aprovação do novo marco fiscal.
Segundo relato de presentes, o presidente do Banco Central deu a entender que está chegando o momento da queda da taxa de juros se as atuais condições continuarem favoráveis e até melhorarem, mas em nenhum momento disse quando isso acontecerá.
A expectativa do mercado é de que o BC reduza a taxa de juros no segundo semestre, talvez em agosto ou no mais tardar em setembro.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.