No Pará, agentes federais montam operação para retirar invasores de terra indígena

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Equipes de fiscalização e segurança percorrem a terra indígena Alto Rio Guamá para cumprir uma sentença determinada pela Justiça há quase 10 anos: retirar não-indígenas que ocupam ilegalmente a área. No Pará, agentes federais montaram uma operação para retirar invasores de uma terra indígena que tem sido atacada há 30 anos.
As equipes da Polícia Federal, Funai e Força Nacional percorrem a terra indígena Alto Rio Guamá para cumprir uma sentença determinada pela Justiça há quase 10 anos: retirar não-indígenas que ocupam ilegalmente a área. A estimativa é de que sejam 1.600 pessoas, mas o cálculo foi feito com base em dados de 2010. O prazo para os invasores saírem termina no fim do mês.
“Por enquanto, está sendo tranquila, pacífica. Não houve nenhum conflito. A gente tem efetivo mais para garantir a segurança dos servidores, e estamos fazendo o trabalho conforme estava, dentro previsto”, afirma Nilton Tubino, coordenador da operação.
A terra indígena Alto Rio Guamá tem 280 mil hectares e atravessa três municípios do nordeste paraense. Cerca de 2.500 indígenas, de 42 aldeias e três etnias, vivem na área.
A terra indígena Alto Rio Guamá tem 280 mil hectares e atravessa três municípios do nordeste paraense
JN
O cumprimento da sentença judicial é uma reivindicação antiga na área. Em terras indígenas homologadas, como é o caso da Alto Rio Guamá, há 30 anos a legislação proíbe a presença de não-indígenas, mas os caciques sempre denunciaram invasões que ameaçam o meio ambiente e a paz nas aldeias.
“Mesmo a polícia estando dentro da área indígena para a retirada do pessoal, ainda tem pessoas hoje tirando madeira ao redor da fazenda lá”, conta o cacique Naldo Tembé.
A Polícia Federal fez oito operações para combater crimes ambientais na área nos últimos oito anos. A terra indígena Alto Rio Guamá é uma das mais desmatadas do país.
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As atividades ilegais se concentram mais no interior da floresta, em locais onde é mais difícil chegar pela estrada. O Jornal Nacional sobrevoou áreas que vêm sendo desmatadas.
Parte da madeira retirada irregularmente abastece carvoarias em áreas de acesso à reserva. Este mês, cerca de 30 toneladas de madeira foram apreendidas na região. Os invasores também criam gado na terra indígena, o que é proibido.
“A Funai, junto com os indígenas, vai identificar dentro da terra indígena aquilo que pode ser utilizado para ele e aqueles bens, pontes, que não não trazem segurança para eles, vão ser destruídos”, diz Nilton Tubino.
“A luta do meu povo, que sempre foi para reconquistar esse território, a gente vê com muita satisfação e muito orgulho. Para garantir esse território para nossas crianças, que são nosso futuro de amanhã”, fala o cacique Camiran Tembé.
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