Fifa dificulta a saída de atletas de clubes da Ucrânia e da Rússia; entenda

O Conselho da Fifa estendeu até 30 de junho de 2024 a possibilidade para que jogadores e treinadores de clubes da Ucrânia e da Rússia suspendam unilateralmente seus contratos e se transfiram, sem custo, a qualquer outra agremiação. Os países estão em guerra há mais de um ano.

É a terceira prorrogação dessa suspensão, mas desta vez veio com uma redação diferente: os profissionais que podem suspender os contratos por mais um ano, a partir de julho, são aqueles que já deixaram a Ucrânia ou a Rússia por meio dessa exceção, criada em 7 de março de 2022. Ou seja, aqueles que permaneceram por lá, ou retornaram depois, não poderão mais suspender os acordos.

A Itatiaia apurou que a Fifa resolveu ceder aos apelos dos clubes ucranianos, principalmente do Shakhtar Donetsk, equipe mais rica do país e que investiu milhões de dólares nos últimos anos em contratações. Os ucranianos queriam essa flexibilização para evitar novas saídas, alegando que a perda financeira com a guerra poderia afetar o clube no cenário internacional por décadas.

Briga nos tribunais

O Shakhtar Donetsk acionou o CAS, o tribunal internacional desportivo, com sede na Suíça, em julho de 2022, cobrando 50 milhões de euros (R$ 268 milhões) de indenização da Fifa por causa da regra estabelecida. O principal argumento dos advogados dos ucranianos era de que no momento em que a regra foi estabelecida, o clube negociava os direitos de transferência de alguns atletas, como o do israelense Manor Solomon para o Fulham-ING, que acabou o pegando gratuitamente.

O CAS rejeitou os argumentos do Shakhtar entendendo que a guerra tornou a região perigosa para profissionais e que medidas de exceção precisaram ser tomadas. Mas há cerca de dois meses, apurou a Itatiaia, as direções de Fifa, do Shakhtar e de pelo menos outros seis clubes da região em guerra se reuniram para debater o assunto.

A federação internacional informou que prorrogaria a possibilidade de suspensão de contratos, já que o conflito continua, mas avisou que estava aberta a negociação sobre uma maneira de minimizar os danos financeiros a essas agremiações.

Foi colocada na mesa a possibilidade de que jogadores que nunca usaram a exceção não pudessem mais utilizá-la, o que evitaria o assédio de clubes, principalmente da Europa, nas próximas duas janelas de transferência (a de meados de 2023 e a do início de 2024). E isso foi aceito.

O Shakhtar emprestou alguns jogadores a clubes brasileiros, em negociação direta sem o uso, portanto, da exceção criada pela Fifa: o atacante Pedrinho está no Atlético e o zagueiro Vitão, no Inter. Os acordos valem até 30 de junho de 2023. Já o volante Maycon, no Corinthians, tem contrato até dezembro de 2023.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Fifa dificulta a saída de atletas de clubes da Ucrânia e da Rússia; entenda no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.