Revisão do Plano Diretor, que aumenta possibilidade de verticalização, será votada nesta semana na Câmara de SP

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Projeto deve ser votado em primeiro turno nesta quinta (25). Prédios são iluminados pela luz do amanhecer em São Paulo visto a partir da Zona Norte da cidade
Hélvio Romero/Estadão Conteúdo
O projeto apresentado pela Comissão de Política Urbana da Câmara Municipal de São Paulo amplia a possibilidade de verticalização na capital paulista. O texto que altera o Plano Diretor permite construções acima dos limites vigentes na legislação de uso e ocupação do solo nos chamados eixos de estruturação urbana, ou seja, áreas mais próximas do transporte público.
O novo texto foi finalizado nesta terça-feira (23) pelo relator da revisão, Rodrigo Goulart e deve ser votado até a próxima quinta (25) em primeira discussão.
No Plano Diretor atual, de 2014, são considerados eixos de transportes áreas localizadas a, no máximo, 600 metros de estações de trem e Metrô. Com a alteração, essa distância poderá ser de 1 quilômetro. Tudo, segundo o projeto, após estudos que comprovam que isso é possível sem colapsar a região envolvida.
Nas proximidades dos corredores de ônibus, a distância hoje é de 300 metros. Poderá, com a mudança, ser de até 450 metros de distância.
Ou seja, amplia-se a área de permissão para prédios mais altos. ‘”Isso reduz e muito os miolos dos bairros, que são áreas mais protegidas”, disse Nabil Bonduki, urbanista e relator do plano de 2014, quando era vereador pelo PT.
Os miolos dos bairros são zonas fora dos eixos, onde a altura máxima dos prédios é de oito andares.
Segundo Bonduki, a principal preocupação é a votação do projeto de maneira apressada.
Bianca Tavolari, professora do Insper e que integra um grupo de estudos da revisão do plano, diz que as alterações são preocupantes.
“São muitas mudanças e sem sabermos de onde vêm as ideias, sem o menor diagnóstico do que isso pode causar na cidade. E a gente continua sem saber se o plano está permitindo igualdade social. Vamos construir mais e com qual qualidade? Para que público?”‘
Outras mudanças
Outra mudança é no fundo onde se concentram os valores pagos como contrapartidas pelas construtoras para poder construir, o Fundurb.
Atualmente, o pagamento de outorgas onerosas (as contrapartidas) é em dinheiro, com depósito no Fundurb. Se o projeto for aprovado, será possível pagar em obras de drenagem, mobilidade e habitação.
Para isso, as empresas terão um desconto. “Isso diminui a lógica de que é a prefeitura quem tem que definir o uso do dinheiro das obras”, disse Tavolari.
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