Jovem que teve câncer em 2018 sofre há cinco anos com a falta de diagnóstico para o surgimento de ‘massas’ na genitália

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Moradora de Praia Grande, no litoral de São Paulo, tratou um tumor maligno na região pélvica, mas desde então tem sofrido com o aparecimento de abscessos na genitália. A família da jovem de 19 luta para ter um diagnóstico que permita um tratamento à paciente. Jovem apresenta massa exposta nas partes íntimas e é transferida para hospital em outra cidade sem receber diagnóstico
Arquivo Pessoal
Uma jovem de 19 anos diagnosticada em 2018 com um rabdomiossarcoma embrionário [câncer que se desenvolve nos músculos ligados aos ossos] na região pélvica sofre há cinco anos com o aparecimento de massas no órgão genital. Segundo ela, não bastasse o medo, limitações e dores causadas pelos abscessos, nenhum médico soube explicar o que eles são.
Geovana Silva Lara passou por quimioterapia à época em que descobriu o tumor, mas, mesmo depois do tratamento revelou nunca ter tido a sensação de estar curada, pois, de lá para cá, em algumas oportunidades estas massas surgiram no corpo dela.
A mais recente fez a jovem dar entrada no Pronto-Socorro Central de Praia Grande no último sábado (20). Ela permaneceu em observação na unidade até esta terça-feira (23), quando teve autorizada a transferência para a Santa Casa de Santos, na cidade vizinha.
“É uma conversa que eu já conheço. Não consigo entender as argumentações que eles dão porque cada um fala uma coisa. Fica um jogo de empurra-empurra. Não tem uma pessoa responsável que chegue e fale: ‘O problema é esse’. Fica um jogando para o outro”, desabafou Lucilene Jesus, mãe de Geovana.
Luciele ressaltou que, mais uma vez, a transferência da filha veio sem nenhuma justificativa. Segundo ela, disseram que teria que ser atendida em um hospital de referência, embora não tenham diagnosticado a jovem.
A mãe de Geovana contou que luta por uma atualização no diagnóstico desde o fim da quimioterapia da filha em 2018.
Surgimento das massas
A família alegou ter buscado atendimento médico público em Praia Grande em todas as três ocasiões em que os abscessos apareceram na região genital da jovem. Em todas as vezes deixaram as unidades de saúde sem respostas.
O g1 Santos entrou em contato com a Prefeitura de Praia Grande e com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), gestora do Hospital Municipal Irmã Dulce,onde a jovem já esteve internada em algumas ocasiões para saber sobre o diagnóstico feito à paciente, mas não obteve respostas até a publicação da matéria.
Rabdomiossarcoma embrionário
O rabdomiossarcoma é muito raro em adultos. Ele costuma ocorrer em 85% dos casos em crianças e adolescentes e se desenvolve em músculos ligados aos ossos – é um câncer de origem embrionária.
De acordo com o Hospital A.C.Camargo,a musculatura esquelética começa a se formar no embrião por volta da sétima semana após a fertilização, quando se formam os rabdomioblastos, que vão dar origem aos músculos. São essas células que podem se tornar malignas e dar origem ao câncer chamado rabdomiossarcoma.
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