Residência geriátrica tem ambientes transformados com o conceito de design afetivo

A Residência Geriátrica Santa Inês está com novidades neste começo de 2024 – Foto: Residência Geriátrica Santa Inês

A Residência Geriátrica Santa Inês está com novidades neste começo de 2024. Uma reforma nos quartos e banheiros está mudando e facilitando as atividades diárias no local. No ano passado foram contratadas duas arquitetas para readequar esses espaços da instituição. Na reforma, o conceito de design afetivo foi empregado em cada detalhe.

O desafio das arquitetas Júlia Pili Palácios e Karine Erzinger Ávila de Assis, especialistas em arquitetura hospitalar, era projetar um modelo de suíte de acordo com todas as normas exigidas para uma residência geriátrica, dentro do conceito do design afetivo. O projeto deveria unir funcionalidade e segurança para os hóspedes, os profissionais e os visitantes, sem abrir mão do estilo e da elegância, charme e criatividade nos ambientes.

“O primeiro passo foi escutar os profissionais e os hóspedes, para saber quais as suas reais necessidades”, conta a arquiteta Júlia Palácios. A ideia era ter uma visão da rotina em detalhes. Assim, cada elemento do projeto tem uma função que ajuda a facilitar o atendimento da equipe e o dia a dia dos idosos. “Eles precisam sentir-se em casa, com suas personalidades respeitadas nos espaços em que ficarão”, contou Júlia. Por outro lado, a equipe precisava de mais funcionalidade aos ambientes.

Pensar na ergonomia ajudou  a definir elementos como a altura ajustável das camas e a proximidade, por exemplo, de fraldas geriátricas, que são trocadas várias vezes ao dia. Para o hóspede, foram providenciados banheiros seguros e pias na medida para cadeirantes, mais baixas, espelhos para que pudessem se enxergar, bancadas em Corian, considerado o material mais higiênico, nichos à mão dos idosos no box, entre outros elementos de funcionalidade e segurança.

O projeto contempla cores verde e azul, que remetem a saúde e bem-estar, com variações que dão ideia de aconchego, como laranja terroso, lilás, roxo, bordô. Cada cor diferencia os espaços para os idosos se localizarem melhor. A ideia foi quebrar os antigos tons neutros, que eram elegantes, porém a mudança trouxe mais vivacidade à decoração.

A cor, além de dar um charme especial, nos detalhes da decoração, tem razões funcionais. Diferenças de cor entre piso e parede evitam acidentes, pois pela menor acuidade visual, os hóspedes precisam diferenciar o que é chão do que é parede. Outro exemplo está nas texturas dos banheiros, colocadas para estimular a cognição, além de deixar o espaço charmoso.

Agora, armários estão com mais espaço para armazenamento e proporcionam melhor organização nos quartos. Paredes e espelhos têm protetor de impactos. Os pisos em tons madeirados trazem aconchego e o projeto luminotécnico disponibiliza cenários diferentes, como luz geral para o atendimento da enfermagem, luz de vigília, com fitas de LEDs na sanca de gesso do cortineiro, uso de balziadores, luzes indiretas e abajur na cabeceira.

Design afetivo, cuidados nos detalhes

“Todos esses elementos fazem parte do conceito de design afetivo, já que representam os cuidados que uma residência geriátrica merece e necessita em seus espaços”, explicam as arquitetas. Uma das ideias mais interessantes neste projeto foi quanto à estética funcional. As cabeceiras das camas já tinham um elemento em acrílico para placas informativas sobre a situação do idoso. Mas agora, o móvel dispõe de espaços negativos para as placas, que ganham outras informações, trazendo mais leveza e criatividade ao ambiente, além da funcionalidade de informar sobre a saúde.

“Assim, estimulamos o cognitivo com palavras, trechos de poemas e aquilo que o idoso ou a equipe quiserem comunicar”, explicam Júlia e Karine. Nos quartos também são dispostos a TV, bem em frente à cama, relógio de parede, estante para os objetos de estima do hóspede e um espaço na parede chamado ‘memory wall’, onde são colocadas fotos, imagens de trabalhos da arteterapia, terapia ocupacional ou outras mensagens que sejam agradáveis aos olhos de quem ali está vivendo. “Assim, a personalidade do idoso também está contemplada no projeto”, observam as arquitetas.

Enfermeira relata diferença

“Com essas modificações, nossa experiência no atendimento melhorou, e para os hóspedes também”, conta a gerente de enfermagem do residencial, Rúbia Bilibio. “A reforma não era somente para termos quartos e banheiros mais bonitos. Deveriam ser mais funcionais e confortáveis para todos que ali estão”, diz. A enfermeira relata que pode sentir a diferença na hora de atender os hóspedes, com menos esforços, mais agilidade e com elementos pensados de forma inteligente.

Os ambientes mais agradáveis fazem com que os idosos fiquem calmos e à vontade e os espaços para objetos pessoais também trazem satisfação. “A diferença é muito satisfatória, temos mais conforto, e o trabalho agilizado”, avalia a gerente. “Temos um caso em que a paciente sentiu-se totalmente identificada com a decoração, afirmando que o ambiente é confortável para se viver”, disse Rúbia.

Sobre a instituição

A Residência Geriátrica Santa Inês é uma bela e confortável casa de repouso para idosos, com serviços especializados de uma equipe multiprofissional. Além de cuidados especiais, sob supervisão médica e de enfermagem permanentes, oferece atividades recreativas e outros serviços para que os hóspedes e seus familiares tenham uma vida mais confortável e tranquila.

A equipe multiprofissional da Residência Geriátrica Santa Inês reúne-se periodicamente para realizar o cronograma de atividades, onde temas e eventos são planejados para que se adote uma condução conjunta de ações. Na oportunidade são programados também passeios externos e festas entre os hóspedes ou com os familiares, aniversários e datas comemorativas como Páscoa, São João, Primavera, Natal e Carnaval.