“Muito ruim ficar sem aula”, diz aluna no 1º dia após fim de greve dos professores no DF

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Depois de três semanas de greve e de muita negociação entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), os estudantes voltaram às salas de aula na manhã desta sexta-feira (26/5).

A reportagem percorreu algumas unidades educacionais em diferentes regiões administrativas nas primeiras horas desta manhã e encontrou as escolas de portas abertas.

No Centro de Ensino Médio Paulo Freire, na 910 Norte, os alunos chegaram cedo para o retorno das aulas. “Nós ficamos três semanas sem conteúdo. A orientação que nos foi passada era para não virmos porque todos os nossos professores aderiram à greve. Muito ruim ficar sem aula”, disse Isabel Pereira Sampaio, 18, estudante do 3° ano.

“Agora, teremos de ter a reposição, e, consequentemente, menos dias de férias. Fora que o conteúdo ficou prejudicado. Precisaremos revisar toda a matéria”, acrescentou.  Na segunda-feira (29/5), haverá uma reunião entre GDF e professores para a construção do calendário de reposição.

O aluno Gabriel Gomes Cardoso, 17, também do 3°ano, disse que procurou revisar as matérias em casa. “A minha turma, não teve nenhuma aula durante esses 22 dias. Eu revisei alguns conteúdos em casa, mas não é igual. Alguns professores enviaram exercícios para a gente. Agora, confiamos que vai voltar 100% ao normal”, disse Gabriel.

A aluna Larissa Ranielle Rodrigues da Silva, 17 anos, faz o 3° ano no Centro Educacional Gisno, na 907 Norte. À reportagem a adolescente disse que, mesmo com a greve, alguns professores estavam na escola todos os dias, e as aulas ocorreram normalmente. “A minha turma foi pouco afetada pela greve. Apenas às quintas-feiras [dia em que as assembleias do Sinpro eram realizadas] dois professores não estavam vindo”, comentou.

Fim da greve

Os educadores decidiram encerrar a greve após negociação com o governo local, que fez 17 promessas.

A principal delas é a incorporação das gratificações de Atividade Pedagógica (Gaped) e de Suporte Educacional (Gase), em seis parcelas de 5%. A primeira delas será paga em outubro de 2023; a última, no primeiro semestre de 2026. O impacto aos cofres públicos será de R$ 676 milhões.

A proposta tem assinatura dos secretários da Casa Civil, Gustavo Rocha; de Planejamento, Orçamento e Administração, Ney Ferraz; e de Educação, Hélvia Paranaguá.

A pauta de negociação acordada entre o GDF e o Sindicato dos Professores estabelece, ainda, que o Executivo local nomeará todos os aprovados no concurso público de 2022 para professor da educação básica e pedagogo.

O GDF também se comprometeu a preparar um novo concurso público, em 2023, para cargos da carreira de magistério.

Corte de ponto

Em decisão de 7 de maio, a Justiça do DF considerou a greve abusiva. No âmbito da ação protocolada pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF), o órgão destacou que os servidores mantiveram a paralisação mesmo após o Executivo local aprovar o aumento de 18% e propor a gratificação na remuneração dos educadores.

Na terça-feira (23/5), a Secretaria de Educação (SEDF) informou que cortaria o ponto dos servidores que aderissem à paralisação, medida considerada “autoritária” pelo Sinpro-DF. Além disso, um dia antes, o GDF havia cobrado na Justiça o pagamento de multa diária em dobro, pela manutenção da greve, com custo de até R$ 600 mil.

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